A HISTORIA DO VIDEO GAME
A HISTORIA DO VIDEO GAME
30 de julho de 1961. Há mais de 45 anos, um grupo de estudantes do Massachusetts Institute of Technology (MIT) testava pela primeira vez "Spacewar!", um jogo eletrônico desenvolvido em um enorme computador que custava milhares de dólares.
Tendo o grosso de seu programa feito por Steve "Slug" (Lesma) Russell, com o auxílio de seus colegas Dan Edwards, Alan Kotok, Peter Sampson e Martin Graetz, esses auto-proclamados precursores dos 'geeks' (ou nerds, como conhecidos aqui no Brasil) se inspiraram nos livros do autor E. E. "Doc" Smith para criar seu jogo de batalha espacial.
O programa foi inteiramente desenvolvido no DEC PDP-1, um daqueles antigos computadores que ocupavam uma mesa inteira (e você não se perguntava a razão de chamarmos os computadores de hoje de 'micros'). Nessa época não existiam computadores caseiros, e os criadores de "Spacewar!" não pensavam em ganhar dinheiro com a invenção - quem iria comprar um aparelho de 120.000 dólares para brincar com um simples game operado com um punhado de teclas?
Na verdade, tudo começou como um desafio para Russell: com o novo computador dotado de transistores ao invés de válvulas e uma tela (peças de luxo na época), o TX-0, conhecido como Tixo, eles decidiram fazer o que ninguém mais fez por eles: transpor a ficção científica da literatura para uma outra mídia. É verdade que o que eles queriam mesmo era um filme, mas isso é outra história. Infelizmente, eles não tinham acesso à enorme máquina.
O TX-0 acabou sendo abandonado pelo PDP-1, recém adquirido pela faculdade. Ainda mais rápido que o TX-0 e igualmente programável, ele era o sonho dos garotos. E poderia ser ligado instantaneamente, ao contrário de seu predecessor, que precisava de uma manhã inteira para aquecimento interno. Eles queriam criar algum tipo de demonstração, e por isso criaram algumas regras que seu programa deveria seguir:
1) Deveria demonstrar as capacidades do computador, usando quase todo seu potencial;
2) Deveria ser interessante e interativo (diferente toda vez que rodado);
3) Deveria envolver o usuário de maneira atrativa e prazeirosa - ou seja, deveria ser um jogo.
Os jovens então criaram duas naves, uma rotina para simular inércia e um campo estelar aleatório para ajudar a controlar o movimento. Eles queriam também adicionar um "botão de pânico para emergências", e assim nasceu a tecla Hiper-Espaço. O último toque seria a estrela no meio do campo de batalha, que gerava um campo gravitacional que poderia tanto atrapalhar ou ajudar, dependendo da astúcia do jogador.
"Spacewar!" só estaria oficialmente finalizado em 1962, ocupando míseros 2KB. Russell jamais ganharia um dólar pelo jogo - mas isso não quer dizer que OUTROS não lucrariam com ele.
Em 1949, o engenheiro Ralph Baer foi incumbido de criar a melhor TV do mundo. Ele pensa em criar uma TV interativa com jogos, mas a idéia não vinga. Anos mais tarde, em 1971, a Magnavox compra o projeto de Baer, da Sanders Associates e começa a desenvolver o Odyssey, o primeiro videogame para ser conectado à TV.
Enquanto isso, Nolan Bushnell, tranforma o quarto da filha numa oficina e adapta o jogo "Spacewar!", de Steve Russell, criando Computer Space, o primeiro arcade do mundo. Como os mainframes eram muito caros e ocupavam muito espaço, Bushnell criou a Computer Space, uma máquina só para jogar "Spacewar!". A experiência dá certo e ele passa a vender a novidade. A Nutting Associates se interessa e contrata Bushnell, temporariamente, para montar os arcades de Computer Space. Mais tarde Bushnell sai da empresa para fundar a Atari.
1973
"Pong", jogo para arcade criado por Bushnell na Atari e lançado no final de 1972, se torna um fenômeno no ano seguinte. Várias empresas, entre elas a Ramtek e a Nutting, começam a lançar similares para entrar na onda dos fliperamas. Não interfere no sucesso da Atari, que estabelece contato com a Namco, do Japão, para levar a novidade ao oriente.
1974
Executivos da Atari vão, misteriosamente, para a rival Kee Games, em uma época em que era necessário aumentar a distribuição de máquinas. A Kee Games lança "Tank", jogo mais vendido do ano e ultrapassa a Atari em vendas.
Na verdade, a Kee Games era uma subdivisão da Atari e, quando voltaram ser uma única empresa, tranformaram-se em uma das maiores indústrias de videogame de todos os tempos.
Os funcionários da Atari Harold Lee, Alcorn e o engenheiro Bob Brown desenvolvem uma versão de "Pong" para videogame, mas o interesse do público é pequeno devido ao fracasso do Odyssey, uma caixa preta e branca com controles tipo disco.
A Atari entra em contato com Tom Quinn, comprador de artigos esportivos da Sears Roebuck e apresenta-o ao arcade doméstico "Pong". Após negociações, a Sears compra 150.000 unidades do aparelho, muito mais do que a Atari podia produzir.
As máquinas vinham estampadas com o logo da Sears Tele-Games. Bushnell consegue uma linha de crédito de 10 milhões de dólares com Don Valentine para expandir a Atari. No Natal de 1975, o "Pong" torna-se o campeão de vendas do catálogo da Sears.
De início, o Tele-Games Pong trazia só um jogo, para dois jogadores. Mas logo novas versões do aparelho foram lançadas, algumas com 16 jogos diferentes e para até quatro pessoas simultâneas.
1976
O sucesso da Atari leva várias empresas a lançar consoles, mas somente a Coleco (abreviação de Connecticut Leather Company) consegue aprontar tudo para o Dia dos Pais. O videogame Telstar Pong usava tecnologia similar às das máquinas de então.
Enquanto isso, a Fairchild Camera & Instrument dá outro passo importante lançando o Channel F, o primeiro videogame programável. Congelar o jogo, alterar o tempo e a velocidade passa a ser possível com o Channel F. O joystick era bem interessante: o botão ficava na ponta do manche e podia ser rotacionado. Assim, "Pong" ganhava inclinação na "raquete" e podia rebater a bolinha em vários ângulos.
Na verdade, com um total de 26 títulos, o Fairchild Channel F foi além do "Pong". Tinha passatempos como "Jogo da Velha", "Forca" e até um "Math Quiz", para o jogador treinar contas de adição e subtração.
Nessa época, surgem as primeiras críticas aos jogos eletrônicos violentos. "Death Race", da Exidy Games, foi o precursor de "Carmaggedon". Sair atropelando tudo o que viesse pela frente era o objetivo do jogo. "Death Race" serviu ainda de inspiração para a criação de outro jogo recente, "Interstate 76".
Com o mercado em crescimento, Bushnell vende a Atari para a Warner Communications, pois não vê outra maneira de mantê-la competitiva.
1977
A Atari lança o Chuck E. Cheese, uma combinação de casa de fliper com lanchonete, robôs, jogos e cardápios familiares. Bushnell chama a franquia de Pizza Time Theater.
A Midway Games lança o jogo "Gunfight", o primeiro a usar microprocessadores ao invés de um emaranhado de circuitos. Desenvolvido pela Taito do Japão, "Gunfight" é o primeiro arcade a ser importado pelos EUA.
Sob a liderança de Bushnell, a Atari desenvolve o VCS (Video Computer System), mais tarde chamado de Atari 2600, e lança-o no Natal por US$ 249,95. Esse é o primeiro console programável com jogos em cartucho da Atari. Entre os títulos, há conversões de jogos para arcade e games criados exclusivamente para o console doméstico. As vendas são um tremendo sucesso e, mesmo assim, acontecem atritos entre Bushnell e Steve Ross, presidente da Warner Communications.
A HISTÓRIA DO VIDEOGAME
1961
O computador PDP-1 usado na programação de "Spacewar!"
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Tendo o grosso de seu programa feito por Steve "Slug" (Lesma) Russell, com o auxílio de seus colegas Dan Edwards, Alan Kotok, Peter Sampson e Martin Graetz, esses auto-proclamados precursores dos 'geeks' (ou nerds, como conhecidos aqui no Brasil) se inspiraram nos livros do autor E. E. "Doc" Smith para criar seu jogo de batalha espacial.
O programa foi inteiramente desenvolvido no DEC PDP-1, um daqueles antigos computadores que ocupavam uma mesa inteira (e você não se perguntava a razão de chamarmos os computadores de hoje de 'micros'). Nessa época não existiam computadores caseiros, e os criadores de "Spacewar!" não pensavam em ganhar dinheiro com a invenção - quem iria comprar um aparelho de 120.000 dólares para brincar com um simples game operado com um punhado de teclas?
Na verdade, tudo começou como um desafio para Russell: com o novo computador dotado de transistores ao invés de válvulas e uma tela (peças de luxo na época), o TX-0, conhecido como Tixo, eles decidiram fazer o que ninguém mais fez por eles: transpor a ficção científica da literatura para uma outra mídia. É verdade que o que eles queriam mesmo era um filme, mas isso é outra história. Infelizmente, eles não tinham acesso à enorme máquina.
SPACEWAR! (1961) |
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MAIS VÍDEOS DA "HISTÓRIA DO VIDEOGAME" |
O TX-0 acabou sendo abandonado pelo PDP-1, recém adquirido pela faculdade. Ainda mais rápido que o TX-0 e igualmente programável, ele era o sonho dos garotos. E poderia ser ligado instantaneamente, ao contrário de seu predecessor, que precisava de uma manhã inteira para aquecimento interno. Eles queriam criar algum tipo de demonstração, e por isso criaram algumas regras que seu programa deveria seguir:
1) Deveria demonstrar as capacidades do computador, usando quase todo seu potencial;
2) Deveria ser interessante e interativo (diferente toda vez que rodado);
3) Deveria envolver o usuário de maneira atrativa e prazeirosa - ou seja, deveria ser um jogo.
Os jovens então criaram duas naves, uma rotina para simular inércia e um campo estelar aleatório para ajudar a controlar o movimento. Eles queriam também adicionar um "botão de pânico para emergências", e assim nasceu a tecla Hiper-Espaço. O último toque seria a estrela no meio do campo de batalha, que gerava um campo gravitacional que poderia tanto atrapalhar ou ajudar, dependendo da astúcia do jogador.
"Spacewar!" só estaria oficialmente finalizado em 1962, ocupando míseros 2KB. Russell jamais ganharia um dólar pelo jogo - mas isso não quer dizer que OUTROS não lucrariam com ele.
Estudantes testam o jogo "Spacewar!"
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1971
Nolan K. Bushnell, nascido em 4 de fevereiro de 1943, é norte-americano. Engenheiro eletrônico e empreendedor, fundou a Atari e a rede Chuck E. Cheese's Pizza-Time
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Enquanto isso, Nolan Bushnell, tranforma o quarto da filha numa oficina e adapta o jogo "Spacewar!", de Steve Russell, criando Computer Space, o primeiro arcade do mundo. Como os mainframes eram muito caros e ocupavam muito espaço, Bushnell criou a Computer Space, uma máquina só para jogar "Spacewar!". A experiência dá certo e ele passa a vender a novidade. A Nutting Associates se interessa e contrata Bushnell, temporariamente, para montar os arcades de Computer Space. Mais tarde Bushnell sai da empresa para fundar a Atari.
1973
Mais de 19 mil máquinas de Pong foram vendidas em um ano
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PONG (1973) |
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MAIS VÍDEOS DA "HISTÓRIA DO VIDEOGAME" |
1974
O arcade "Tank" com suas quatro alavancas...
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...e uma montagem de como era uma das fases do game
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Na verdade, a Kee Games era uma subdivisão da Atari e, quando voltaram ser uma única empresa, tranformaram-se em uma das maiores indústrias de videogame de todos os tempos.
Os funcionários da Atari Harold Lee, Alcorn e o engenheiro Bob Brown desenvolvem uma versão de "Pong" para videogame, mas o interesse do público é pequeno devido ao fracasso do Odyssey, uma caixa preta e branca com controles tipo disco.
1975
O Pong chegou aos Estados Unidos custando US$ 100, no Natal de 1975. Barato? Nem tanto. Levando em conta a inflação de todos esses anos, hoje seria o equivalente a 400 dólares
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As máquinas vinham estampadas com o logo da Sears Tele-Games. Bushnell consegue uma linha de crédito de 10 milhões de dólares com Don Valentine para expandir a Atari. No Natal de 1975, o "Pong" torna-se o campeão de vendas do catálogo da Sears.
De início, o Tele-Games Pong trazia só um jogo, para dois jogadores. Mas logo novas versões do aparelho foram lançadas, algumas com 16 jogos diferentes e para até quatro pessoas simultâneas.
1976
O sucesso da Atari leva várias empresas a lançar consoles, mas somente a Coleco (abreviação de Connecticut Leather Company) consegue aprontar tudo para o Dia dos Pais. O videogame Telstar Pong usava tecnologia similar às das máquinas de então.
O Fairchild Channel F com seus joysticks em forma de manche e jogos em cartuchos
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Na verdade, com um total de 26 títulos, o Fairchild Channel F foi além do "Pong". Tinha passatempos como "Jogo da Velha", "Forca" e até um "Math Quiz", para o jogador treinar contas de adição e subtração.
Nessa época, surgem as primeiras críticas aos jogos eletrônicos violentos. "Death Race", da Exidy Games, foi o precursor de "Carmaggedon". Sair atropelando tudo o que viesse pela frente era o objetivo do jogo. "Death Race" serviu ainda de inspiração para a criação de outro jogo recente, "Interstate 76".
Com o mercado em crescimento, Bushnell vende a Atari para a Warner Communications, pois não vê outra maneira de mantê-la competitiva.
DEATH RACE (1976) E "GUNFIGHT" (1977) |
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MAIS VÍDEOS DA "HISTÓRIA DO VIDEOGAME" |
1977
A Atari lança o Chuck E. Cheese, uma combinação de casa de fliper com lanchonete, robôs, jogos e cardápios familiares. Bushnell chama a franquia de Pizza Time Theater.
A Midway Games lança o jogo "Gunfight", o primeiro a usar microprocessadores ao invés de um emaranhado de circuitos. Desenvolvido pela Taito do Japão, "Gunfight" é o primeiro arcade a ser importado pelos EUA.
Sob a liderança de Bushnell, a Atari desenvolve o VCS (Video Computer System), mais tarde chamado de Atari 2600, e lança-o no Natal por US$ 249,95. Esse é o primeiro console programável com jogos em cartucho da Atari. Entre os títulos, há conversões de jogos para arcade e games criados exclusivamente para o console doméstico. As vendas são um tremendo sucesso e, mesmo assim, acontecem atritos entre Bushnell e Steve Ross, presidente da Warner Communications.
"Mais jogos, mais diversão" era o slogan da campanha do Atari Video Computer System, que depois ficou conhecido como o Atari 2600
1978
Bushnell deixa a Atari e cria outra empresa. Um contrato de cinco anos, estipula que a Atari não competirá com a nova empresa de seu ex-homem forte. A Pizza Time Theaters também é comprada por Bushnell. Ray Kassar chega à presidência da Atari. Em março, a Nintendo lança um arcade chamado "Computer Othello", uma versão do jogo de mesa "Othello". Não há joysticks, apenas 10 botões coloridos para cada jogador. Cada partida custa 100 ienes (R$ 1,61), preço que virou padrão para os jogos de arcade no Japão.
No Japão, a Namco solta o Gee Bee, uma versão digital das mesas de fliper. Terminada a temporada de futebol americano, o jogo é esquecido. Mas "Space Invaders" continua sua carreira de sucesso nos arcades e provoca até falta de moedas no mercado norte-americano. 1979 "Lunar Lander", o primeiro jogo comercial com gráficos vetoriais, na forma de wireframes, isto é, os objetos eram formados por linhas como se fossem o esqueleto de um modelo 3D, é lançado. Nasce então o antecessor dos gráficos poligonais, usados na maioria dos jogos da atualidade. Outro jogo lendário é o grande lançamento do ano: "Asteroids". Apesar de ter vendido 80 mil cópias e de ter virado febre nos EUA, o jogo não fez muito sucesso em outros países.
A Sega solta o "Monaco GP", base para o "Pro Monaco GP", de 1980, e do realista "Super Monaco GP", de 1989. O sucesso do Atari 2600 prova que os videogames não são uma onda passageira. Conversões e jogos originais continuam a sair exclusivamente para o console, enquanto a empresa negocia os direitos de 'blockbusters' como "Space Invaders". 1980 Lançamento de "Space Invaders" para o Atari 2600. As vendas do console explodem.
A Actvision é fundada por programadores dissidentes da Atari. Nasce a primeira softhouse terceirizada da história. Não bastasse isso, a nova empresa passa a competir com a antiga anfitriã. Agora, todos os trabalhos recebem créditos individuais e os designers dão palpites para as embalagens e campanhas de marketing de suas criações. Bob Whitehead cria "Boxing" e "Skiing" para a Activision, jogos de tema esportivo que não eram de interesse da Atari. Ed Rotberg, da divisão de arcades da Atari, cria o "Battlezone", primeiro jogo 3D em primeira pessoa. Trata-se de um desafio de tanque em cenário bélico. Logo depois, o governo americano encomenda uma versão melhorada e a utiliza com propósitos militares.
Como a nova onda dos arcades, a Chuck E. Cheese do criador do Atari, Nolan Bushnell, se torna um sucesso. A Sega obtêm os direitos para lançar "Missile Command", da Atari, no Japão. Minoru Arakawa, genro de Hiroshi Yamauchi, o chefão da Nintendo do Japão, abre uma filial em Nova York, EUA, que depois se transfere para Seattle. A Nintendo da América tinha um futuro incerto, já que depois de "Computer Othello" não conseguia criar outro sucesso. Ao lançar "Sasuke vs. Commander", a SNK, outra softhouse que se tornaria famosa, ganha destaque. "Sasuke" é um jogo de tiro com gráficos detalhados e trabalhados para a época, onde o jogador comanda um samurai que tenta proteger seu shogun de ninjas assassinos. 1981
A Konami lança "Scramble", jogo de tiro que serve de base para vários outros jogos similares da empresa, como a série "Gradius" (ou "Nemesis"). Mais descontentes saem da Atari e fundam a Imagic, uma das softhouses mais competentes do console Atari 2600. Por falar em ex-funcionários da Atari, os jogos criados por dissidentes que foram para a Activision fazem sucesso. Caso de "Freeway", de David Crane; "Kaboom", de Larry Kaplan; "Tennis" e "Ice Hockey", de Alan Miller. A Atari negocia os direitos de "Pac Man" e lançava o arcade "Tempest", jogo com gráficos vetoriais coloridos de tecnologia ainda instável e propenso a erros. Mesmo assim, "Tempest" ganha uma legião de seguidores, que tratam os bugs como truques do jogo.
Neste ano ocorre a primeira fatalidade da história do videogame: um homem morre de ataque cardíaco jogando "Berserk", um jogo da Midway para fliperama e depois Atari 2600 cujo objetivo é enfrentar hordas de robôs. Os rendimentos do mercado norte-americano de arcade são de US$ 5 bi. 1982 A Coleco entra em cena outra vez com o lançamento de ColecoVision, console baseado em cartucho com melhores gráficos e sons, além de ótimas conversões de "Jungle Hunt", da Atari, e "Donkey Kong" e "Donkey Kong Junior", ambos da Nintendo - uma empresa em crescimento. A Atari teve apenas conversões regulares desses jogos. Preocupada com os negócios da Atari com a Namco, a Coleco tenta parceria com Sega, Konami e Universal (de "Mr. Do!"). Outro console é lançado no mercado: Vectrex, da General Consumer Electronics. O Vectrex é a primeira e única máquina da história que trabalha exclusivamente com gráficos vetoriais. Vinha com um jogo na memória, o "Minestorm", impressionante clone de "Asteroids", e um controle analógico com quatro botões.
Para melhorar o clima, é lançado Atari 5200, que usava os mesmos chips gráficos e sonoros do computador que a Atari fabricava. Os jogos nada mais são que versões melhoradas de antigos jogos. As vendas são fracas. Os jogos de Atari 2600 não são compatíveis com o console 5200. Um adaptador é lançado para corrigir o problema. A Namco cria "Ms. Pac Man", que se torna o maior sucesso para arcade do ano nos Estados Unidos, com 115 mil unidades vendidas. Ele é na verdade um hack feito por dois adolescentes que modificavam e vendiam upgrades para fliperamas. Suas adaptações fizeram tanto sucesso que a Namco acabou comprando "Ms. Pac Man" e contratando os dois programadores. A Namco não lança "Ms. Pac Man" no Japão e resolve trabalhar em "Super Pac Man", um jogo bem diferente do original. Uma grande quantidade de 'versões melhoradas' começam a aparecer. A mais famosa é "Pac Man Plus", onde os as frutas e outros elementos bônus são trocados por símbolos da cultura norte-americana como latas de Coca-Cola e hamburgueres. Apesar do sucesso de "Ms. Pac Man", a indústria do entretenimento eletrônico começa a dar sinais de queda. Em 7 de dezembro, a Atari anuncia que as vendas do console não atingiram as expectativas. As ações da Warner despencam 32% em um único dia. 1983 Nolan Bushnell entra na Sente Games, antiga Videa, e volta à indústria do videogame. Na verdade isso é um trocadilho: enquanto Atari é "xeque" no jogo de tabuleiro chinês "Go", Sente significa "xeque-mate". Em parceria com a Midway, a empresa lança arcades como "Hat Trick", jogo de hockey simples, mas com um algo mais. A parceria, entretanto, não consegue criar um um nicho no mercado.
Em 27 de junho foi anunciado numa conferência à imprensa o MSX, que tinha como objetivo ser um padrão no mercado de computadores - inspirado no sucesso do VHS, que virou sinônimo de videocassete - e também ser uma máquina de entretenimento de baixo custo. Por esse motivo, tornou-se popular e muitos jogos foram produzidos para a plataforma. Na época era comum cada fabricante ter seu próprio padrão e eles não eram compatíveis entre si. No caso do MSX, qualquer produto de diferentes fabricantes eram compatíveis, tanto em nível de software como de hardware, tal e qual os atuais PCs. Enfim, o MSX era uma plataforma, no sentido restrito da palavra. O padrão foi concebido por Kazuhiko Nishi, ex-executivo da Microsoft do Japão e fundador da ASCII Corporation, que tinha como negócio principal a publicação de periódicos sobre computadores. A ASCII também viria a editar o Famicom Tsuushin, a atual revista japonesa Famitsu, hoje publicada pela Enterbrain e publicação mais famosa sobre videogames da atualidade. A Microsoft de Bill Gates também teve participação no projeto, que teve o interpretador de linguagem BASIC embutido na ROM do MSX. Era tido como consenso que a sigla vinha de "MicroSoft eXtented", mas o próprio Nishi declarou em congresso na Holanda que se tratava de "Machines with Software eXchangeability" (máquinas com softwares intercambiáveis).
A primeira versão do MSX tinha como processador central o Z80 da Zilog e o processador de vídeo TMS9918 da Texas Instruments, os mesmos do Colecovision - existem emuladores que fazem rodar jogos de uma plataforma em outra. Diversos fabricantes se interessaram em produzir o computador, a maioria do Japão, como a Sony, Panasonic e Casio. Mas muitas companhias estrangeiras também o produziram, como as coreanas GoldStar (atual LG), Samsung e Daewoo, além da holandesa Philips e a americana Spectravideo. O computador também foi bem popular no Brasil e duas fabricantes nacionais lançaram o padrão em solo brasileiro: a Gradiente com seu Expert e a Sharp, dona do HotBit. "Dragon's Lair", de Don Bluth, é lançado. É o primeiro título a usar tecnologia de vídeo laser. A Coleco lança o computador Adam e quase vai à falência. Trata-se de uma máquina cara, composta por um gravador de fitas, uma impressora grande, um teclado e CPU numa caixa do tamanho de um sarcófago. Rodava jogos de cartucho e fitas. A divisão Cabbage Patch Doll mantém a companhia viva e um software, para ColecoVision, baseado nessas bonecas foi introduzido. Um acessório para rodar jogos de Atari 2600 no console da Coleco é desenvolvido. Para jogar são usados joysticks extras de Atari. A empresa Commodore lança o Commodore 64, um computador relativamente barato e poderoso. Atingia uma resolução de 320 x 200 pixels e 16 cores simultâneas, performance melhor que qualquer videogame da época.
1984
Já no final de 83, empresas não ligadas ao mundo dos jogos de videogame começam a entrar em contato com softhouses para criarem jogos promocionais. Literalmente, até barraca de cachorro-quente queria jogos que valorizassem a marca para usar como material de divulgação. Mas os games produzidos eram horríveis e o público, cansado desse joguinho de marketing, perde o interesse por jogos.
Esse era o panorama no ocidente. Enquanto isso, no outro lado do mundo, o Nintendo Entertainment System, ou NES, começava a nascer. O Famicom, nome oriental do console que transformaria a Nintendo numa gigante, ganhava apoio das primeiras softhouses independentes que começaram a criar games para a plataforma. A primeira a entrar no barco foi a Hudson, que mais tarde viria a lançar clássicos como "Star Soldier", "Bomberman" e "Adventure Island". Mas os seus primeiros jogos, que vieram ao final de julho, eram "Nuts & Milk" e "Lode Runner". Ambos tinham funções para criar suas próprias fases e a gravação de dados era feita através de fitas cassete, usando o periférico Family Basic, que transformava o Famicom num computador.
A Nintendo também não ficou parada e lançou o também clássico "Excite Bike", outro que permitia editar fases e gravá-los em fita cassete. O sucesso do Famicom no Japão faria com que os videogames voltassem com força ao ocidente em 1986, poucos meses após o lançamento do NES (Nintendo Entertainment System), que aconteceu em outubro de 1985. E pensar que a Nintendo procurou a Atari para fazer marketing do seu produto nos Estados Unidos. 1985
Uma pistola para jogos como "Wild Gunman", "Duck Hunt" e "Hogan's Alley", sucessos do arcade e do Famicom, no Japão, é lançada. Munido de ótimos jogos da própria Nintendo, e de conversões de sucessos do arcade como "Kung Fu Master", da Irem, e o lendário "Super Mario Bros.", o NES não demora para emplacar nos Estados Unidos, apesar do lançamento patrulhado.
Seguindo a Apple, que fez sucesso com o Macintosh, a Atari, de Tramiel, também prepara um computador baseado no chip 68000 (Motorola, 16 bits), o 520ST, internamente chamado de "Jackintosh". Também em 1985, foi lançada a segunda versão do MSX, o MSX2, com melhores gráficos e RAM mínima de 64KB. Os jogos eram lançados em cartuchos, mas cópias de programas podiam ser encontradas em fitas cassetes e, depois, em disquetes. Com o aparecimento de jogos maiores que 64KB, os chamados MegaROMs, foram desenvolvidos periféricos específicos para acomodar todos os dados e permitir que as cópias rodassem sem sobressaltos.
A companhia dava muita importância às trilhas musicais e chegou a desenvolver um chip, que vinha embutido em seus cartuchos, que acrescenta cinco canais de som aos três nativos do computador. Essa tecnologia, chamada de SCC, também foi usada no NES, em games como "Castlevania III: Dracula's Curse". Assim, os jogos da Konami também eram conhecidos pelas memoráveis composições, como as de "Gradius 2", "Salamander", "Parodius" e "Snatcher", tidas como algumas das melhores da história. Apesar de grandes jogos e o computador mais popular do Japão nos anos 80, o MSX perdeu a concorrência para o NES - também lançado em 83 -, mais barato e com processador de vídeo melhor. O MSX2 veio com gráficos mais elaborados, mas continuou longe de competir no quesito custo. Além disso, não conseguiu ter sucesso nos Estados Unidos, onde o Commodore 64 era popular. Seu sucesso ficou localizado, fora do Japão, na Coréia do Sul, na Europa (principalmente na Holanda e Espanha), além de países árabes e no Brasil. Também foi muito popular na Rússia, pois era um dos poucos computadores permitidos para importação e foi usado até na estação espacial Mir.
1986 Satisfeita com o teste aplicado em Nova York, a Nintendo contrata a World of Wonder, criadora de Teddy Ruxpin e Laser Tag, para ajudar no marketing do NES em território norte-americano. O sistema estreou com dois pacotes: um com o R.O.B., a pistola e os jogos "Gyromite" (para R.O.B.), "Duck Hunt" e "Super Mario Bros.", ao preço de US$ 249; o outro, mais básico, vinha com "Super Mario Bros." e custava US$ 199.
1987
A Atari ainda faz jogos para o 2600, mas estes são ignorados pela imprensa. A empresa também trabalha em conversões de "Galaga" e "Dig Dug" (Namco); "Asteroids" e "Centipede" (Atari); "Robotron: 2084" e "Joust" (Williams) e "One-in-One Basketball" (Electronic Arts) para o 7800. "Legend of Zelda" chega aos Estados Unidos em forma de cartucho; a Nintendo decide não levar o caro periférico Disk Drive para o país do Tio Sam. Jogos como "Kid Icarus" e "Metroid" aumentam a fama do NES. Mais um lançamento da Atari: o console Atari XE. Pela segunda vez, a empresa requenta tecnologia e tenta vendê-la como se fosse de ponta. Ao contrário do Atari 5200, o novo console usava cartuchos dos moribundos computadores da linha XE. O pacote incluía dois jogos, "Barnyard Blaster" e "Flight Simulator II", uma pistola e um teclado destacável - este último item deixou o console mais caro que o NES. Com teclas grandes e em tons pastéis, junto com uma versão em cinza claro do tradicional joystick do 2600, e fisicamente maior que o console da Nintendo, o Atari XE não emplacou. A compatibilidade com os periféricos, como disk drives, impressoras e modems dos velhos XE despertou o interesse dos donos desses computadores, mas, mesmo assim, o Atari XE afundou.
1988 A NEC faz acordos com Irem e Namco, e dá um importante passo para consolidar o sucesso do PC Engine.
Nesse ano foram lançados os jogos "R-Type" (Irem), "Fighting Street", o primeiro "Street Fighter", (Capcom) e jogos originais como "Power League Baseball" (Hudson). A Namco cria jogos de esporte, um de beisebol e outro de tênis; "Galaga '88", uma versão mais moderna do sucesso de 1981 e "Dragon Spirit", conversão de um grande sucesso dos arcades. As brigas judiciais no mundo dos games intensificam-se. A Atari leva a Nintendo aos tribunais, alegando prática ilegal de monopólio, controle de preços e bloqueio eletrônico, via chip, para proibir o desenvolvimento de softwares de empresas não autorizadas. Após o fracasso de sua linha de computadores ST (o "Jackintosh"), e de todos os produtos domésticos, a Atari, dirigida pelos desorientados Tramiels, lança versões de "Donkey Kong" (1981), "Donkey Kong Junior" (1982) e "Mario Brothers" (1983) para o 7800.
A Nintendo lança a seqüência de "Legend of Zelda": The Adventure of Link" e "Super Mario 2". Esse, na verdade, não é o mesmo "Mario 2" lançado no Japão: considerado muito difícil para o público americano, a Nintendo of America adaptou o game "Doki Doki Panic" com os personagens de "Mario 1" e assim nasceu o que os japoneses conhecem como "Super Mario USA". 1989
Seguem-se inúmeros processos e recursos. A Atari ganha os direitos de lançar para o NES as versões de "Shinobi", "Alien Syndrome" e "Afterburner", todos da Sega, e conversões de arcades da própria Atari. As brigas continuam, desta vez envolvendo os direitos de "Tetris". A Atari criou uma versão com melhores gráficos para até dois jogadores, mas a Nintendo vence nos tribunais. Resta a Atari retirar seus cartuchos do mercado. Um armazém da Tengen, abarrotado de jogos "Tetris", é destruído. Varejistas fazem a festa e vendem as cópias que têm por US$ 100.
A NEC lança o PC Engine nos Estados Unidos com o nome de TurboGrafx-16, por US$ 189,95. Apesar das negociações com grandes softhouses no Japão, a NEC não tinha poder de fogo para combater o NES. O TurboGrafx 16 foi o primeiro console a ter CD-ROM, mas o número de títulos, nos Estados Unidos, era pequeno. Enquanto a Nintendo, e outras empresas, tem problemas com a imprensa especializada - a Nintendo reluta em passar informações para veículos que não sejam seus, como a Nintendo Power. Já a NEC faz acordos com a Video Games & Computer Entertainment e a Sendai Publishing que anunciam a criação de uma revista especializada para TurboGrafx, com informações vindo direto dos relações públicas da empresa.
A Atari também lança um portátil, o Lynx, desenvolvido pela Epyx que já andava mal das pernas. Ainda assim, a Epyx lançou grandes jogos para o Lynx e a Atari fez conversões do 7800 e de seus arcades. Apesar de colorido e do bom hardware, o portátil da Atari não pegou. Além de mais caro que o Game Boy - custava US$ 179,95 -, o aparelho enfrentou os boatos de falência que envolviam sua criadora.
1990 "Super Mario Bros. 3", o jogo mais vendido de toda a história, é lançado. Apesar de enfrentar a concorrência do Mega Drive e do TurboGrafx, o NES teve o seu melhor ano. console contou com a ajudinha extra das softhouses que lançaram cartuchos com chips para que os gráficos fossem melhores.
Nos EUA, a Nintendo briga na justiça com a rede de locadoras Blockbuster e defende a tese de que o aluguel de cartuchos derruba as vendas. A SNK, que durante muito tempo desenvolveu jogos para NES, como a série "Ikari Warriors" e "Crystallis", lança seu sistema de 16 bits, o Neo Geo. A plataforma, com versões profissionais (arcade) e domésticas, era muito superior aos consoles existentes, tanto em desempenho quanto em preço. Os consoles da SNK custavam US$ 500; os cartuchos, US$ 150. Esses números nada convidativos mantiveram as vendas em baixa. A Sega mantém a política de conversão de jogos do arcade para o Mega Drive. O console ganha versões de "E-Swat", "Afterburner II" e outros sucessos, além de garantir os direitos do fantástico, porém desconhecido, arcade "Strider", o primeiro jogo de console com oito megabits. A Capcom já havia lançado uma versão adaptada de "Strider" para o NES. Mas é a conversão da Sega é que se destaca, tanto que "Strider" ganhou títulos de melhor jogo do ano.
Mais um portátil é lançado: TurboExpress, da NEC. O TurboExpress podia ser conectado a um sintonizador de TV. Na verdade, era um TurboGrafx portátil, com um ótimo monitor de cristal líquido. Preço: US$ 299,95. Pela segunda vez na história, um console vira portátil e, pela primeira vez, vem com monitor. O primeiro console a virar portátil foi o TV Boy, versão compacta do Atari 2600. Sem monitor e com entrada para cartucho, apesar de ter 100 jogos na memória, O TV Boy funcionava com pilha. 1993
Com o apoio de grandes softhouses do mundo inteiro - algumas desenvolviam exclusivamente para o console - o 3DO pareceu invencível no começo, apesar de seu preço bem exagerado para um console doméstico. "Road Rash", da Electronic Arts, foi uma das sensações do console. A lista de jogos inclui "Crash 'N Burn", "Gex" e "Way of the Warrior".
Nintedo e Sega anunciam seus videogames de próxima geração: Project Reality, de 64 bits, e Sega Saturn, respectivamente. Nesse momento, a Sega ainda não havia decidido se o Saturn teria 32 ou 64 bits. A Sega, que dominava mais da metade do mercado de videogames nos Estados Unidos, lança "Sonic the Hedgehog 3". A Nintendo não havia colocado no mercado nenhum Mario novo desde o lançamento do primeiro "Sonic". Curiosamente, o excelente "Sonic the Hedgehog CD", lançado para o Sega CD e talvez o único título capaz de salvar o periférico da morte, teve sua música alterada (para pior) e foi pouco promovido nos Estados Unidos. No Brasil, Gradiente e Estrela formam a Playtronic, joint venture que representa a Nintendo em território nacional. Todos os hardwares da empresa japonesa passam a ser fabricados em Manaus. A SNK também monta filial no Brasil, a Neo Geo do Brasil.
1994 O lançamento de "Super Metroid", para Super NES, deixa a Nintendo em condições de dar o troco à Sega no mercado de 16 bits. Jogos com o chip Super FX, como "Star Fox", são colocados no mercados para competir com os consoles de 32 e 64 bits.
Enquanto isso, a Nintendo lança o Super Game Boy por US$ 59,95. Os cartuchos de Game Boy rodavam no novo portátil e ainda ganhavam alguns recursos. Quando nada se esperava de novo no Super Nes, a Nintendo surpreende o mercado com o lançamento de "Donkey Kong Country", desenvolvido pela Rare. O jogo foi apresentado numa feira nos Estados Unidos - o público esperava por informações do Project Reality. Mesmo com uma CPU lenta, o Super NES provou que ainda poderia competir com o Jaguar e o 3DO. O jogo foi o mais vendido do ano e a Nintendo encostou na Sega em número de consoles vendidos. Em 11 de novembro, a Sega coloca o Saturn, videogame de 32 bits, no mercado japonês, e com bons jogos. Entre eles estava o sucesso do arcade "Virtua Fighter".
A Sega lança mais um Sonic: "Sonic & Knuckles". Apesar do forte marketing, as vendas foram fracas se comparadas com as de títulos anteriores do mascote. Talvez os jogos da série, muito parecidos, tenham saturado o mercado. "Sonic & Knuckles" era um jogo cheio de segredos. O cartucho tinha uma entrada para outro cartucho e podia se conectar com títulos como o primeiro "Sonic"; as fases desse último podiam ser jogadas com Knuckles. Apesar do sucesso de jogos como "Donkey Kong Country", as vendas em geral do ano foram baixas. 1995
A Sega e a empresa 3DO estavam prontas para anunciar um projeto conjunto de videogame de 64 bits baseado na tecnologia M2. Mas o acordo foi quebrado, embora os boatos tenham continuado por todo o ano. O desenvolvimento de jogos para 3DO cai drasticamente em vitude do anúncio antecipado de um 64 bits. A Panasonic acaba comprando a tecnologia M2 para uso doméstico por US$ 100 milhões, segundo dados fornecidos pela empresa.
O PlayStation é lançado nos Estados Unidos por US$ 299 - US$ 100 menos que o esperado. Uma boa coleção de softwares ajuda o PlayStation a vender bem - o console foi recebido com louvor por mídia e público. O Jaguar continua caindo, mesmo com o lançamendo do Jaguar CD, periférico que permite o uso de CDs. O lançamento do Nintendo 64, nome definitivo do Ultra 64, é adiado. A desculpa da Nintendo se repetiria no futuro: apoio, por mais alguns meses, aos desenvolvedores de jogos para Super NES. A Nintendo revela o aparelho na Shoshinkai, uma feira realizada no Japão, e causa sensação com "Super Mario 64". Rumores indicam que poucos jogos estão sendo preparados para o novo console. A Sega percebe que deixou o público confuso com o Saturn e periféricos para o Mega Drive, e cancela o projeto Neptune, um sistema integrado que combina Mega Drive e 32X. O ano não termina bem no mundo dos videogames. Muitas empresas japonesas fecham suas filiais nos EUA e algumas softhouses americanas vão à falência. A briga entre Sega e Sony tem vencedor: a Sony.
1996 A Estrela deixa a Playtronic e a empresa passa a se chamar Gradiente Entertainment. A Sony anuncia a redução do preço do PlayStation para US$ 199; novos produtos também são lançados. A Sega se vê obrigada a fazer o mesmo, mas não tem muitos desenvolvedores trabalhando para os seus consoles. Começam a surgir rumores de que a empresa vai parar de produzir hardwares e viver da conversão de jogos de arcade.
A Panasonic não faz demonstrações do M2, mas permite que a 3DO faça isso. A 3DO, por sua vez, se nega a falar sobre projetos futuros em nome do velho sigilo industrial. A mídia CD parecia ser a única opção para os videogames domésticos e já havia muitas dúvidas sobre a viabilidade dos cartuchos. O arcade "Virtua Fighter 3, um show de tecnologia, é lançado pela Sega. Uma versão para Saturn é logo anunciada. No Japão, o jogo teve excelente retorno comercial, mas nos Estados Unidos, onde jogos da Namco como "Soul Edge" e "Tekken" se davam melhor, o sucesso não foi o mesmo.
Em mais um momento de declínio dos arcades, os jogos de simulação de ski, snowboard e jet ski começam a ganhar popularidade. O mercado de fliperamas, antes dominado por jogos de tiro e ação à la "Final Fight", estava saturado de jogos de luta. Além disso, a sofisticação dos arcades tornava a diversão cara e afastava o público. A pequena diferença de qualidade entre consoles e arcades é outro fator que leva as máquinas grandes ao declínio. A Nintendo comemora um bilhão de cartuchos vendidos pelo mundo, enquanto as lojas jogam fora estoques de cartuchos 16 bits. A Sega tem um belo prejuízo, pois alguns jogos não vendidos ficaram mofando em armazéns. E a Acclaim, ex-queridinha de Wall Street, também passa por maus momentos. Tal qual no crash do Atari 2600, em 1984, ninguém queria saber de jogo ruim. A Atari e a JST se fundem e a produção do Jaguar é oficialmente interrompida - na verdade, o console e seus periféricos já não vinham sendo fabricados há meses e a empresa vivia de estoques. O portátil de 32 bits da Nintendo é descoberto por revistas online. A empresa acaba admitindo a existência do projeto Atlantis, console com chip RISC desenvolvido por empresas japonesas e européias ligadas à Nintendo. Mas o esperado lançamento do Nintendo 64 faz com que todos se esqueçam do Atlantis. Nolan Bushnell retorna à cena como presidente da Aristo Games, empresa que produz módulos de internet para bares e fliperamas.
Os rumores se confirmavam: poucos jogos estavam sendo desenvolvidos e os lançamentos custavam a aparecer nas prateleiras. Em setembro, o Nintendo 64 chega aos Estados Unidos por US$ 199. Mais de 1,7 milhões de unidades foram vendidas em três meses. Os desenvolvedores, que há pouco tempo se queixavam dos cartuchos, criam novos jogos graças ao bom desempenho do N64. Na Shoshinkai, a Nintendo anuncia o 64DD, aparelho de disk drive que permite usar disquetes ao invés de cartuchos, aumentando a capacidade de armazenamento. O Rumble Pak, dispositivo para fazer tremer o controle, também é anunciado.
O ano termina com uma nova vitoriosa no mundo dos games: a Sony. Perto do Natal, a empresa chega a faturar US$ 12 mi por dia. Com o sucesso do PlayStation, 1999União entre gigantes. Nintendo e IBM anunciam um novo console: o Dolphin. A IBM se encarrega de fornecer à Nintendo um microchip de 400 Mhz, o Gekko. A Nintendo intenciona lançar o Dolphin antes do Natal de 2000.
99 também foi o ano da volta de Guerra nas Estrelas aos cinemas. "Star Wars Episode I: The Phantom Menace" ganha versões, baseadas no filme de mesmo título, para PC e PlayStation. E Anakin Skywalker também pilota aquela engenhoca em "Star Wars Episode I: Racer". "Donkey Kong" é lançado para o Nintendo 64. A história do gorila é curiosa. De vilão do primeiro jogo de Mario, ele se transformou em um dos mascotes da Big N. Sony e Sega, apesar de terem consoles superiores ao N64, enfrentam o carisma de Donkey Kong. O sucesso dos pokémons no Game Boy e Game Boy Color faz com que a Nintendo lance "Pokémon Snap", para o N64. No jogo, a missão é fotografar os monstrinhos. A Nintendo ataca em outras frentes e anuncia o projeto do Game Boy Advance. O portátil colorido de 32 bits acoplado a um telefone celular vai permitir acesso à internet, era a promessa que não se concretizou. Para não desapontar os milhares de donos de Game Boy e Game Boy Color, a Nintendo garante que o GBA será compatível com os jogos dos 'irmãozinhos'. A JTS Files, empresa que comprou a Atari, vai à falência.
O Neo Geo Pocket Color - o preto e branco não chegou aos Estados Unidos - é lançado no mercado americano. O portátil de 32 bits custa US$ 69, bem mais barato do que os US$ 500 da versão doméstica original, que foi lançada em 1990. No Japão, o preço do Dreamcast cai de US$ 250 para US$ 164. Em setembro, o Dreamcast se torna realidade para os americanos. A Sega diz ter faturado US$ 98 milhões apenas no primeiro dia de vendas do DC. Cada unidade custava US$ 199.
2000 "Crazy Taxi", boa conversão de arcade para o Dreamcast, faz sucesso. O jogador assume o papel de um motorista maluco que leva personagens bem distintos entre si para lugares como supermercado, loja e parque de diversões, entre outros. O bom desempenho do jogo ressucita a tese de que o forte da Sega são os arcades. Dois novos jogadores se arriscam no mercado de videogames - mas não duram muito: a VM Labs lança alguns tocadores de DVD com a tecnologia Nuon depois de três anos de propaganda. Software de qualidade que é bom, ainda está para aparecer. E o segundo novato vem da Indrema, uma empresa que começa a falar de seu novo produto: o Indrema L600 é um DVD e CD Player, vídeocassete digital e videogame, tudo baseado em um PC com sistema Linux. A empresa garante um sistema aberto, sem pagamento de royalties. Alguns acreditam que o sistema será um grande sucesso, e outros prevêem o fracasso.
A Nintendo insiste que o Dolphin será lançado ainda em 2000. Ninguém acredita, pois a empresa tem um longo histórico de atrasos e ninguém sequer viu o hardware.
"Ridge Racer V", "Kessen", "Street Fighter EX3", "Eternal Ring", "Stepping Selection", "DrumMania", "A-Resha De Go 6", "Kakinoki Shogi IV", "Mahjong Taika III", "Morita Shogi" são os dez jogos lançados junto com o PlayStation 2, mas os games decepcionam. Destes, "Ridge Racer V" é o que tem os melhores gráficos. "Kessen", um jogo de estratégia ambientado na era dos samurais, surpreende pela boa história e pela excelente trilha sonora. Já "Eternal Ring" foi prejudicado pela pressa da From Software em lançar o jogo junto com o console. Para piorar ainda mais a situação, dois defeitos foram rapidamente descobertos: inúmeros cartões de memória não funcionavam, impedindo a reprodução de DVDs e armazenamento de dados de jogos (que irritou muita gente) e a trava regional dos DVDs podia ser superada com um simples código (que alegrou muita gente).
Jogos que misturam música e personagens dançantes viram febre no Japão. "Beatmania" é um dos jogos mais festejados do novo gênero, mas a Sega também tem boa opção: "Samba de Amigo", jogo que não tem nada a ver com carnaval. Controles em forma de maracas dão um toque mais latino ao game. A SNK desiste do mercado americano em 13 de junho, recolhendo os Neo Geo e Neo Geo Pocket Color, e adapta-os para poder vendê-los no mercado japonês. Lara Croft, a musa mais desejada do mundo dos games, ganha concorrente: a bela Joanna Dark de "Perfect Dark", jogo desenvolvido pela Rare para o Nintendo 64. Mas a primeira aparição da senhorita Croft em um console da Nintendo, o Game Boy, prova que a carreira dela não vai se encerrar tão cedo. Outro sinal disso, é que a Eidos, apesar da crise financeira e dos rumores de perda do controle acionário, planeja, para dezembro, mais um jogo da franquia "Tomb Raider".
A Square lança "Final Fantasy IX" no Japão e, em menos de uma semana, vende dois milhões de cópias do jogo. Temendo a concorrência, a Sega se antecipa e anuncia para setembro a estréia da SegaNet. A idéia é usar a capacidade do Dreamcast de se conectar à internet e oferecer aos usuários, além de jogos online, serviços de e-mail, bate-papo e acesso à rede sem que, para isso, seja necessário usar um PC. Comenta-se que quem assinar o serviço de acesso à internet da Sega vai ganhar um Dreamcast de graça. Na verdade, o console não sai de graça, pois para obter o console é necessário ser assinante do Sega.net por dois anos.
"Pokémon Gold" e "Silver" chegam aos Estados Unidos para a alegria da moçada e da Nintendo. Os mostrinhos assumiram a liderança em vendas e não largaram o posto durante o resto do ano. Em novembro, a Sega revela os primeiros indícios da revelação chocante que anunciaria no ano seguinte: a tecnologia do Dreamcast começa a ser licenciada para que outros eletrodomésticos possam rodar jogos de Dreamcast. Em segredo, a empresa já planeja o lançamento 2001
Em 21 de março, no Japão, o Game Boy evoluiu. O Game Boy Advance, ou simplesmente GBA, substituto do modelo Color, aceita cartuchos de toda a família Game Boy. Em termos de qualidade gráfica, o portátil lembra muito o Super Nintendo e, de fato, muitos sucessos do 16 bits da Nintendo viriam a ser convertidos para a plataforma. Além da função link para partidas multiplayer entre mais de um portátil, o GBA tem conectividade com o GameCube, função que foi usada para destravar itens em alguns jogos ou para que o portátil funcionasse como uma segunda tela do console de mesa. Nos Estados Unidos, o GBA foi lançado alguns meses depois, em 11 de junho, custando US$ 99. O primeiro grande confronto do ano acontece em maio, na E3. Com a estréia dos primeiros títulos do GameCube e do Xbox, assim como a segunda geração de jogos para o PlayStation 2, entre eles o esperado "Gran Turismo 3", todos os jornalistas presentes acabam fazendo comparações.
A maior surpresa talvez seja o lançamento dos dois novos consoles: ambos marcados para as primeiras duas semanas de novembro. Cada uma das duas afirma que a concorrente irá atrasar. No fim das contas, ambas as empresas, Microsoft e Nintendo adiam o lançamento de seus respectivos consoles, que acabaram saindo na mesma semana. "Final Fantasy X" é lançado em julho no Japão. Apesar de apenas dois outros jogos para PlayStation 2 terem ultrapassado vendas de um milhão de unidades ("Onimusha" e "Gran Turismo 3"), "Final Fantasy X" cria filas enormes e quase dois milhões de unidades são vendidas nos primeiros dias. O jogo só não bate recordes de venda, pois perde para o popular "Dragon Quest VII", para o primeiro PlayStation.
Mas o grande susto (e revolta) é causado por Link: o herói de "Zelda" ganhou um tratamento de desenho animado, quase oposto ao personagem revelado na feira do ano anterior. Fãs se revoltam. Alguns se acalmam e defendem o novo visual, mas muitos ainda continuam simplesmente acreditando de que tudo não passa de uma piada de mal gosto e que a Nintendo lançará o jogo realista algum dia. Em setembro, o GameCube é lançado no Japão com apenas três jogos - dois da Nintendo, e um da Sega. Sob a sombra dos ataques terroristas em Nova York e a crise econômica japonesa, o console vende modestamente. As vendas só decolam com o lançamento de "Super Smash Bros.", em novembro.
O ano termina com Sony, Nintendo e Microsoft proclamando vitória nas vendas natalinas.
2002 O ano começou a pegar fogo em maio. A E3, feira de jogos americana, nunca foi marcada por tanta disputa entre os três principais produtores de consoles: além de uma queda de preços das três plataformas, as empresas apresentaram grandes armas para competir por um espaço na sala de estar dos consumidores:
Apenas uma semana depois da E3, a Square confirma que está produzindo a primeira continuação de um jogo de saga "Final Fantasy". Em 28 de maio, a companhia revela que está trabalhando em não um, mas DOIS jogos que se ambientam no mesmo universo de "Final Fantasy X": uma versão com a personagem Rikku e uma outra com Yuna. No dia 18 de outubro os planos finais do produto são revelados com algumas modificações: só haverá um game. "Final Fantasy X-2" terá as duas personagens, trará mais elementos de ação, e será mais curto e simples que o original.
O PlayStation 2 é o primeiro videogame à navegar na internet nos Estados Unidos do trio de sua geração: no dia 28 de agosto a Sony lança o adaptador de rede do console. Reunindo funções de placa ethernet e modem, ele serve tanto para banda larga quanto para conexão discada. Entre os jogos de lançamento estão "SOCOM" (que acompanha um microfone para comunicação vocal) e "Twisted Metal Online". Menos de um mês depois, no dia 12 de setembro, a Sega lança "Phantasy Star Online Episode I & II", no Japão, levando o GameCube também à rede. O mesmo jogo e os acessórios de conexão são lançados nos Estados Unidos no dia 30 de outubro. Não apenas nenhum outro jogo online foi anunciado, mas a Nintendo não revelou planos de lançar novas levas do acessório, que esgotou completamente. No dia 17 de setembro a Nintendo lança, sem muito estardalhaço, o jogo "Animal Crossing". Uma espécie de versão light de "The Sims" para console. O game permite que vários jogadores vivam em um mundo virtual, regido pelo tempo do mundo real (com auxílio do relógio interno do GameCube) e que oferece a possibilidade de troca de itens sem a internet, com o uso de códigos. O game é um sucesso de vendas e é considerado totalmente revolucionário, apesar de ser um remake de um jogo para Nintendo 64 lançado na primeira metade de 2001 somente no Japão.
No início de outubro, a revista V-Jump fez uma edição especial comemorando o primeiro aniversário do GameCube japonês. Em uma de suas páginas finais, a publicação previa um "anúncio megaton" que faria o GameCube vender muito. Boatos sobre o que seria o megaton começaram a rodar pela internet: alguns previam a compra da Capcom e da Sega, alguns acreditavam que Pokémon Online seria anunciado, sugestões de uma nova mídia de 15 Terabytes. Outros até chegaram a sugerir que o antigo protótipo do PlayStation, criado como CD-ROM do Super Nintendo ainda era propriedade da Nintendo, e que a Sony teria de pagar centenas de milhões de dólares para a empresa. Muito se especulou, mas no final das contas não houve nenhum megaton (nem mesmo uma biribinha) em 2002. A continuação do enormemente popular "Grand Theft Auto 3" chega às prateleiras americanas no dia 29 de outubro. "Vice City" leva jogadores para a Miami dos anos 80 e quebra recordes de vendas: milhões de unidades foram reservadas antes do lançamento do game. No dia 14 de novembro, a Capcom mostra mais uma vez seu comprometimento com a Nintendo: além de oferecer a exclusividade da série "Resident Evil", a empresa revela mais cinco games exclusivos para o console da empresa - quatro deles altamente originais: "Viewtiful Joe", "Killer 7", "Dead Phoenix" e "Product Number 3", além do inédito "Resident Evil 4". O elo inicial entre as empresas foi criado quando a Nintendo chamou a Capcom para desenvolver dois jogos de "Zelda" para Game Boy.
Dois jogos esperados do ano chegam aos Estados Unidos no dia 19 de novembro: "Splinter Cell" e "Metroid Prime". O primeiro é um clone de "Metal Gear", mas com o pé muito mais fincado na realidade. O segundo é a continuação das aventuras de Samus Aran, que teve sua última aventura em 1994, no Super Nintendo. Os dois jogos são aclamados pela crítica e atingem altas vendas. Uma curiosidade: os três jogos citados nesse parágrafo, alguns dos mais vendidos do ano, são ocidentais ("Vice City" é escocês, "Splinter Cell" é canadense e "Metroid Prime" é americano).
Depois de muita especulação sobre qual console ganharia o mais novo episódio da série "Dragon Quest", a Square Enix revela que o jogo aparecerá no PlayStation 2 e será feito em parceria com a Level 5, a mesma de "Dark Cloud". O jogo tem gráficos de desenho animado, mas mantém a interface clássica da franquia. Numa sexta-feira 13, de dezembro, a Nintendo lança no Japão "Legend of Zelda: Wind Waker", a primeira aventura de Link para GameCube. O jogo vende cerca de 400 mil unidades em sua estréia, ajudado em parte por um brinde: quem reservou o game levou um remake de "Ocarina of Time" para o console. O jogo recebe a nota máxima da caprichosa Famitsu, sendo o quarto game a receber a honra (e, junto com "Ocarina of Time", a série monopoliza dois espaços nessa seleta lista). 2003
Também em janeiro, a Gradiente formalizou o fim de sua parceria com a Nintendo e deixou de distribuir os videogames GameCube, Game Boy Advance e seus respectivos jogos no Brasil. A notícia não significou a saída dos produtos da Nintendo das lojas, que passaram a ter suporte de importadora.
Ainda em fevereiro, a Konami confirmou que o GameCube teria uma versão de "Metal Gear Solid". Detalhes do jogo, que se descobriu ser um remake do título do PSOne, foram revelados somente na E3, feira mundial de jogos, em maio. A E3 2003 aconteceu entre os dias 14 e 16 e não causou tanto estardalhaço como sua edição anterior. A Nintendo apostou nos jogos para GameCube com conexão com o Game Boy. A Microsoft revelou "Conker: Live and Uncut" online para Xbox e mostrou mais do esperado "Halo 2". Mas a maior notícia foi da Sony, que anunciou sua entrada no segmento de portáteis com o PSP (PlayStation Portable). Na ocasião, nenhuma imagem do aparelho ou de seus jogos foi mostrada.
"Mario Golf" para GameCube e "Star Wars Knights of the Old Republic" para Xbox são atrações norte-americanas no mês de julho. No Japão, já no começo de agosto, a bola está com "Winning Eleven 7" para PlayStation 2, que demorou poucos dias para atingir um milhão de cópias vendidas. A grande notícia de agosto veio da Microsoft. A empresa anunciou que rompeu o seu contrato com a nVidia e elegeu a ATI Technologies como parceira para prover o chip gráfico do Xbox 2.
A série milionária "Grand Theft Auto" perde sua exclusividade nos videogames da Sony. "Grand Theft Auto: Double Pack" para Xbox reúne os dois games lançados para PlayStation 2. O anúncio do game foi feito na primeira semana de setembro.
A Nintendo reduziu o preço do GameCube para US$ 99 no dia 25 de setembro. A iniciativa colocou as vendas do console próximas ao do PlayStation 2 e deixou o Xbox em terceiro colocado nos Estados Unidos durante a semana de Ação de Graças e no Natal.
Visando as vendas do final de ano, uma enxurrada de bons títulos chega às prateleiras norte-americanas: "Mario Kart: Double Dash" (GC), "Prince of Persia" (Multi), "Beyond Good and Evil" (Multi), "Simpsons: Hit and Run" (Multi), "Grabbed by the Ghoulies" (XB) e as continuações de "Jak & Daxter" e "Ratchet & Clank", ambas para PlayStation 2, são alguns dos destaques.
A próxima geração de videogames - prometida para 2005 - começa a mostrar a cara. Em dezembro, Sony anuncia que o Chip Cell, o coração do PlayStation 3, está pronto e o presidente da Nintendo afirma que o próximo videogame da empresa irá rodar também jogos do GameCube. 2004
Em março, a Nintendo anuncia oficialmente a produção de "Donkey Konga", novo jogo do gorila que marcou a estréia de Mario no fliperama. O produto é desenvolvido em parceria com a Namco e é um jogo de música que usa bongôs como controle. Analistas de mercado prevêem que o DS terá um sistema de mensagens instantâneas e rodará música e vídeo (duas afirmações que acabando sendo confirmadas no decorrer do ano). A Capcom fecha seu Studio 6 e anuncia a criação da Clover, nova produtora que abriga os talentos responsáveis por "Viewtiful Joe" e "Resident Evil".
Em abril, a Silicon Knights - estúdio canadense associado à Nintendo e criador de "Eternal Darkness" - anuncia fim da parceria de exclusividade com a empresa. O presidente Denis Dyack não revela quais são os futuros planos da empresa. A feira E3 2004 é o palco de um duelo de pequenos gigantes: a Sony mostra o PSP, enquanto a Nintendo demonstra o DS. Os dois portáteis são exibidos em espaços restritos, sendo que o PSP só aparece na forma de demonstrações não-interativas (apesar de já estar rodando futuros games como "Metal Gear Ac!d"). A Nintendo mostra diversas demos do DS, muitas dos quais serão transformadas em jogos futuramente.
Outros destaques da E3 incluem continuações de "Prince of Persia", "Splinter Cell", "Battlefield" (assim como versões para console), a inclusão de "Counter-Strike Source" em "Half-Life 2", entre tantos outros.
Analistas da indústria e representantes das empresas comentam, em junho, que pretendem estender a vida útil dos consoles, mantendo-os em circulação de forma mais efetiva mesmo depois do lançamento de seus sucessores - a morte prematura de seus antecessores é vista como um erro por todos.
Continuando com a tradição anual de lançar uma atualização de "Mario Party", a Nintendo revela em agosto o acessório secreto que diferenciará a sexta versão: um microfone. Acessório será utilizado em outros jogos de karaokê de terceiros.
Ainda em outubro traz uma má notícia sobre "Gran Turismo 4": o jogo perdeu sua opção online. O simulador tem seu lançamento remarcado (depois de muitos atrasos) para o final de 2004. Mesmo com o corte, a Sony acaba voltando atrás e o lançamento nos Estados Unidos para 2005. A Capcom solta uma bomba em novembro: depois de acabar com virtualmente todas as exclusividades dos cinco jogos originalmente feitos para GameCube (com exceção do criticado "P.N. 03"), "Resident Evil 4" é anunciado para PlayStation 2. O jogo chegará ao console quase um ano depois, mas diversos membros da equipe de produção se dizem revoltados pela decisão arbitrária dos executivos da empresa - a maioria já migrou para a Clover.
Quando o ano parecia terminado, a Electronic Arts aproveita seus lucros para realizar dois investimentos históricos: compra a exclusividade da licença da liga de futebol norte-americana NFL por cinco anos, assim como 19,9% das ações da concorrente francesa Ubi Soft. O ano termina com o lançamento de "Gran Turismo 4", para PS2, somente no Japão, no dia 28 de DEZENBRO 2005
Enquanto a próxima geração alimentava rumores e a imaginação, bons títulos davam o que jogar no primeiro trimestre: "Resident Evil 4" conquistou o GameCube em janeiro (a versão para PlayStation 2 chegaria em outubro); "Legend of Zelda: Minish Cap" encolheu o jovem Link no Game Boy Advance; o Xbox vibrou com "Jade Empire" e "Forza Motorsport"; e os donos do PlayStation 2 se sentiram no Olimpo com "God of War". Em 2005, o Brasil foi tomado pela febre dos MMOGs (sigla em inglês para jogos massivos online), iniciada com o lançamento comercial de "Ragnarök Online", em janeiro, e que no final do ano bateria a marca de 800 mil usuários cadastrados no país. O modelo econômico alheio à pirataria fez sucesso, abrindo as portas para o coreano "Priston Tale", para o russo "Sphere" e para a produção do brasileiro "Taikodom", desenvolvido pela catarinense Hoplon Infotainment. Por outro lado, o primeiro RPG massivo online desenvolvido no país, "Erinia" foi praticamente deixado pela comunidade.
Em março, o PlayStation Portable, ou simplesmente PSP, chegava ao ocidente, vendendo mais de 600 mil unidades apenas na primeira semana nos Estados Unidos. Um ótimo resultado para a Sony, que no mês anterior anunciara o fim da produção do PSX, aparelho que unia o PS2 com funções de gravador digital. Como no lançamento japonês, em dezembro de 2004, "Ridge Racers" e o quebra-cabeça "Lumines" foram alguns dos primeiros sucessos do PSP americano.
Meses antes da série "Grand Theft Auto" estrear no portátil da Sony, com "Liberty City Stories", o mod "Hot Coffee" criou polêmica na indústria do entretenimento eletrônico, revelando cenas de sexo explícito escondidas no código-fonte de "Grand Theft Auto: San Andreas". A Entertainment Software Rating Board (ESRB), órgão que classifica os jogos por faixa etária nos Estados Unidos, mudou a classificação etária das versões para PC, PlayStation 2 e Xbox, de "Mature 17+" ("M", maiores de 17 anos) para "Adults Only 18+" ("AO", maiores de 18 anos). As conseqüências não foram poucas: o valor das ações da Take-Two caiu, algumas pessoas mais ofendidas processaram a distribuidora e o jogo da Rockstar chegou a ser banido definitivamente de alguns países, como a Austrália. Para completar, a polêmica em torno de "Hot Coffee" deu início a diversos movimentos de combate a conteúdo violento e sexual nos games, incluindo uma lei para regularizar o conteúdo inapropriado nos games, nos Estados Unidos.
Após a Tokyo Game Show, "Nintendogs" chegou ao ocidente. O simulador de cachorros para DS conquistou os Estados Unidos e Europa quase que imediatamente, graças à possibilidade de criar o seu próprio canino no console portátil, dando banho, comida, passeando etc.
A Nokia, em outubro, decidiu aposentar o N-Gage, híbrido de celular e videogame portátil lançado em 2003. O aparelho vendeu dois milhões de unidades em três anos, contra projeções originais de seis milhões, números decepcionantes que levaram a fabricante finlandesa a desistir da empreitada. E no mesmo mês que o N-Gage esmaecia, o PlayStation 2 crescia com gigantes. Dos criadores de "Ico", "Shadow of the Colossus" ficou marcado como um dos jogos memoráveis da Sony, daqueles que transformam entretenimento em obra de arte. A cidade de São Paulo recebeu a segunda edição da Electronic Game Show (EGS), realizada de 18 e 21 de novembro e visitada por mais de 27 mil pessoas, que puderam experimentar em primeira mão o Xbox 360, que seria lançado oficialmente apenas na semana seguinte, nos Estados Unidos.
Além das tradicionais filas e tumultos em frente às lojas dos EUA, houve escassez do videogame, em função do lançamento simultâneo - em dezembro, o Xbox 360 chegou à Europa e ao Japão. Entre os jogos de lançamento estavam os exclusivos "Project Gotham Racing 3", "Kameo: Elements of Power" e "Perfect Dark Zero", mas curiosamente, o título mais vendido foi uma conversão de um jogo para PC, "Call of Duty 2", franquia que começava a acumular fãs. No Japão, jogos como "Monster Hunter Freedom" e "Winning Eleven" impulsionaram as vendas do PSP, mas o Nintendo DS, que manteve vendas regulares durante o ano graças a títulos de apelo geral como "Brain Trainning" e "Nintendogs", disparou com o lançamento da rede online do portátil, o Nintendo Wi-Fi Connection. Jogos como "Mario Kart DS" e "Animal Crossing DS" levariam mais de 200 mil pessoas à rede online sem fio do portátil e consagrariam o aparelho como o campeão de vendas de 2005 no Japão. Mesmo diante do seu sucessor, o Xbox mostrou fôlego e potência de hardware recebendo três belas conversões de jogos de tiro do PC: "Doom 3", "Far Cry Instincts" e "Half-Life 2". Já o PlayStation 2 ultrapassou a marca de cem milhões de unidades vendidas, consagrando o modelo vencedor de console doméstico da Sony. Impulsionado pelas placas de vídeo de ATI e Nvidia, o PC também levou o visual a novos limites com jogos como "F.E.A.R." e "Age of Empires III", explorando a fundo efeitos como Vertex Shader e Pixel Shader, que se tornariam padrões nas próximas gerações de jogos.
Previsto para título de lançamento, "Dead or Alive 4" atrasa e influencia o desempenho do Xbox 360 no Japão. Esgotado no resto do mundo, o segundo videogame da Microsoft era encontrado com facilidade nas prateleiras de Tóquio, em pleno Natal. Mesmo assim, nomes de peso da indústria local, entre eles Hironobu Sakaguchi - criador da série "Final Fantasy" -, se reuniram na penúltima semana do ano para anunciar apoio à nova plataforma, com as produções de "Cry On", "Bullet Witch" e "Vampire's Rain". 2006
Em março, a Sony foi notícia ao realizar um evento intitulado PlayStation Business Briefing 2006 que, embora voltado a criadores de jogos e parceiros da indústria, trouxe uma notícia de interesse bem mais amplo: o PlayStation 3, até então previsto para meados do ano, chegaria apenas em novembro. O principal motivo para o adiamento foram os ajustes do formato de mídia Blu-ray. Se por um lado PlayStation 3 ganhava uma definição, por outro a Sony decidiu interromper a produção do PlayStation, que chegou às prateleiras em dezembro de 1994, no Japão. Além de desbancar a Nintendo, tornando-se o novo líder entre os consoles domésticos, o aparelho foi o primeiro a ultrapassar a marca de cem milhões de unidades vendidas, deixando um acervo de mais de dois mil títulos. O Xbox 360, em março, recebeu dois jogos que, finalmente começaram a mostrar o potencial do console: "Ghost Recon Advanced Warfighter", simulador de ação tática, e "Elder Scrolls IV: Oblivion", RPG épico com centenas de horas de duração.
Em um ano crucial para a E3, a ESA (Entertainment Software Association), responsável pela organização da feira de games, estabeleceu normas mais severas para a contratação de "booth babes", modelos que, vestidas em trajes provocantes, promovem os produtos dos expositores. Los Angeles testemunhou uma das edições mais significativas da feira, graças à presença do PlayStation 3 e do Wii, ambos em forma jogável, e às tradicionais conferências das gigantes dos videogames:
Meses após a realização da E3, a ESA anunciou mudanças radicais no formato da feira que, a partir de 2007: ao invés do clima de show, com estandes elaborados e dezenas de milhares de visitantes, um evento focado em pequenas reuniões e encontros com a imprensa e membros da indústria. A expectativa da E3 Media and Business Summit, em julho, na cidade de Santa Mônica, é receber cerca de cinco mil pessoas, todas convidadas pela organização. A mudança aconteceu porque os principais expositores reclamavam dos valores estratosféricos para participar da E3. O retorno, por sua vez, estava longe do esperado e investido, pois a feira transformara-se muito mais um show para o grande público, longe da imagem de um evento de negócios. A chegada do DS Lite aos Estados Unidos, em julho, sacramentou um ano brilhante para o portátil. O novo modelo impulsionou as vendas do aparelho, verdadeira febre no Japão e um grande sucesso da Europa e América do Norte. Para completar, uma coleção e tanto de títulos foi lançada, composta por "New Super Mario Bros.", "Brain Age", "Metroid Prime: Hunters" etc. Quanto ao PSP, 2006 foi um reflexo das dificuldades da Sony em emplacar seu console, tanto como videogame quanto como tocador de filme. Ainda assim, o portátil contou com uma safra respeitável, "Metal Gear Solid: Portable Ops", "LocoRoco", "Daxter" e "Syphon Filter: Dark Mirror", além de duas versões de "Grand Theft Auto".
Entretanto, no ramo dos portáteis, quem sentiu mais as dificuldades foi o Gizmondo, que chegou às prateleiras dos Estados Unidos em 2005, mas sobreviveu apenas por poucos meses. Caro demais - custava US$ 299 - e com poucos títulos, o aparelho faliu logo no início do ano e, com ele, a fabricante, de mesmo nome. Em agosto, a Capcom lançou "Dead Rising", para Xbox 360, uma divertida gincana de caça a zumbis em um shopping center. Não demorou muito para rumores de uma continuação chegar aos sites especializados.
No Brasil, os eventos de games tiveram altos e baixos: realizada em São Paulo, a Arena Gamer Expo (AGE) contou com expositores como Electronic Arts, Microsoft e Nintendo, mas foi uma decepção em termos de público; enquanto isso, o Rio de Janeiro recebeu o Top Game Show (TGS), que teve dez mil visitantes, mas poucas atrações relevantes; por fim, a Electronic Game Show (EGS), que tinha sua terceira edição programada para novembro, foi cancelada sem maiores explicações.
A Tokyo Game Show 2006, em setembro, foi a única chance de os nipônicos jogarem o PlayStation 3 antes do lançamento. Resultado: em três dias, 190 mil visitantes abarrotaram o pavilhão de exposições do Makuhari Messe. Sem estande da Nintendo, a Microsoft aproveitou para tentar atrair a atenção do público com "Blue Dragon" e "Lost Odyssey", para o Xbox 360. E conseguiu.
A Sony prometeu levar aos Estados Unidos, inicialmente, 400 mil unidades, mas posteriormente ficou provado que, na verdade, menos da metade disso chegou às prateleiras. O Japão, por sua vez, ficou com meros 100 mil aparelhos no lançamento, o que fez com que revendedores contratatassem chineses para conseguir o maior número de aparelhos do PS3 possível. Nos EUA, houve assaltos, roubos e outros incidentes nos dias que se seguiram ao lançamento. Com o Wii, a situação foi um pouco melhor, à medida que a Nintendo proveu às lojas com quantidades mais generosas do videogame. As filas e a escassez, em certos locais, foram inevitáveis, mas sem muita confusão. Os problemas só apareceriam após a chegada do aparelho, quando sucessivas queixas de consumidores quanto à fragilidade da correia do Wii Remote, que arrebentou diversas vezes, levou a Nintendo a fazer um "recall" da peça, para devolvê-la mais reforçada.
O final de ano não passou em branco para o Xbox 360, graças à chegada de "Gears of War", que deu vida ao melhor visual já visto em um game para consoles, até então. No Japão, "Blue Dragon", novo RPG de Hironobu Sakaguchi, elevou as vendas do console que, ainda assim, passou mais um ano sem emplacar no Oriente. A Microsoft colocou para download gratuito o XNA, ferramenta de criação de games para o Xbox 360 e PC. Com o aplicativo, a companhia desejava transformar o Live Arcade em uma espécie de "Youtube dos games", permitindo aos usuários colocar suas criações para download na seção de jogos casuais do console.
Mesmo em meados de dezembro, ainda havia tempo para mais uma surpresa: o retorno da série "Dragon Quest", verdadeiro sucesso no Japão, a um console da Nintendo, após versões exclusivas para sistemas da Sony. O anúncio de "Dragon Quest IX: Hoshizora no Mamoribito" para DS deixou um gosto amargo na boca dos proprietários do PSP. À espera do Windows Vista, nova versão do sistema operacional da Microsoft, o PC teve um ano apagado, parte disso também em função dos lançamentos do PlayStation 3 e Wii, que receberam muita mais atenção da mídia e público. Para os fãs dos RPGs, valeu a oportunidade de, enfim, jogar "NeverWinter Nights 2", sem falar no sucesso estrondoso de "World of WarCraft", que chegou a 7,5 milhões de usuários. No ramo da estratégia, "Company of Heroes", da THQ, trouxe novos ares aos jogos inspirados na Segunda Guerra Mundial. Já "Battlefield 2142" levou a franquia a uma atmosfera futurista, enquanto "GTR 2" foi o melhor simulador de automobilismo do ano.
Já o GameCube teve a sua versão de "Legend of Zelda: Twilight Princess", o último grande lançamento para o videogame roxo da Nintendo. 2007
Coube à Sony, aliás, a notícia de maior relevância da Game Developers Conference, em San Francisco, em março, ao anunciar o PlayStation Home, comunidade virtual para a rede online do PS3: nela, o jogador assume o papel de um avatar e passeia por diversos ambientes 3D, socializando-se com outras pessoas e divertindo-se com conteúdo criado pelas produtoras de game - e pela própria Sony, é claro.
Semanas depois, chegou às prateleiras um título de "Pokémon" para o DS, nas variações "Diamond" e "Pearl". Resultado? Sucesso instantâneo - mais que isso, já que em seis meses ambos venderam aproximadamente 7 milhões de cópias, ajudando a Nintendo a dobrar seus lucros no primeiro semestre do ano.
Em um maio sem E3, a Microsoft apertou o cerco contra a pirataria no Xbox 360, banindo da rede Live, em caráter permanente, os consoles modificados para rodar cópias ilegais de games. Uma mensagem de texto era exibida na tela avisando sobre o banimento assim que os usuários de conectava à rede. A Blizzard escolheu Seul, capital do país onde "StarCraft" é uma verdadeira febre, para anunciar a tão esperada continuação do game de estratégia em tempo real lançado em 1998. A versão, na verdade, é quase um "upgrade" do original, mantendo as três raças - Protoss, Terran e Zerg -, mas modernizando os gráficos e acrescentando unidades inéditas. Em junho, Ken Kutaragi deixou os cargos de presidente do conselho e executivo-chefe da divisão de games da Sony Computer Entertainment (SCEI), afastando-se de funções executivas para tornar-se presidente de honra do conselho. Engenheiro por formação, o "pai do PlayStation" foi o principal responsável pela criação do setor de videogames da Sony. Contudo, a relação da Kutaragi estava desgastada dentro da companhia, agravada pelos problemas com as performances do PSP e do PlayStation 3. Em seu lugar, assumiu Kaz Hirai.
A Rockstar Games, acostumada às polêmicas envolvendo suas franquias controversas, como "GTA", viu "Manhunt 2", para Wii, PSP e PS2, ser banido do Reino Unido - o motivo, naturalmente, foi o exagero de violência no conteúdo, repleto de assassinatos frios e cruéis. Nos Estados Unidos, o jogo recebeu a classificação "Adults Only" ("Somente para Adultos), o que impediu a sua comercialização no país, já que Nintendo e Sony não permitem jogos com tal selo em seus consoles. Apenas em outubro "Manhunt 2" conseguiu ingressar nos EUA, só que em edição com conteúdo atenuado, classificada como "Mature" (para maiores de 17 anos). Em países como a Holanda, o game foi vendido sem cortes.
A E3, conhecida como o maior evento de games do planeta, viu em julho de 2007 a estréia de um novo formato: menor e com as (poucas) empresas participantes espalhadas em vários hotéis de Santa Monica, além de um ínfimo pavilhão de exposições em um hangar da cidade. Foi uma edição que, além de morna em termos de novidades, amargou problemas com as inovações da organização - muito tempo era perdido deslocando-se de um lugar a outro.
Logo após a E3, Peter Moore, executivo da divisão Xbox, deixou o cargo na Microsoft e foi para EA Sports. Ele ficou conhecido pela irreverência, especialmente em conferências da companhia na E3, quando tatuou os nomes de "Halo 2" e "Grand Theft Auto IV", e tocou guitarra em "Rock Band", com o pessoal da Harmonix. Em seu lugar, assumiu Don Mattrick, ex-presidente da Worlwide Studios da Electronic Arts. A Microsoft, em agosto, baixou o preço dos três pacotes do Xbox 360, que passaram a custar US$ 279 (Core), US$ 349 (Premium), e US$ 449 (Elite). No mês de outubro, o pacote Core foi substituído pelo Arcade, que inclui controle sem fio saída HDMI e os jogos do Live Arcade "Boom Boom Rocket", "Feeding Frenzy", "Luxor 2", "Pac-Man Championship Edition" e "Uno". No Brasil, o preço do console caiu R$ 500, passando a custar R$ 2499. A partir de agosto, o que se viu foi uma confusão, recheada de informações desencontradas, envolvendo cortes no preço e a introdução de novos pacotes do PlayStation 3 nos Estados Unidos, Europa e Japão. Primeiramente, a Sony anunciou uma redução de US$ 100 no preço do console, cujo modelo de 60GB passou a custar US$ 499, e introduziu um pacote com 80GB e o jogo "Motorstorm" por US$ 599. Meses depois - em novembro, para ser mais exato - a Sony, além de cortar o preço do modelo de 80GB para US$ 499, colocou no mercado norte-americano, por US$ 399, um com 40GB, "capado" de várias funcionalidades - tem apenas duas portas USB, não possui leitor de cartões de memória e, principalmente, a capacidade de rodar jogos para PlayStation 2.
A essa altura, a Sony já anunciara que não reporia mais os modelos de 60GB e 80GB nas prateleiras e que trabalharia apenas com o modelo de 40GB. Em abril, a empresa já havia divulgado que não produziria mais o pacote com 20GB. Assim sendo, o PlayStation 3 terminou o ano de 2007 tendo como pacote oficial o de 40GB nos EUA. Se a Games Convention, em Leipzig, na Alemanha, foi uma feira vistosa, mas carente de novidades - muito do que foi exibido por lá já passara pela E3 -, a Tokyo Game Show teve boas notícias, principalmente para os proprietários do PlayStation 3, com o tão aguardado e especulado anúncio do DualShock 3, que volta a ter função de vibração. Também foram anunciadas novas versões de "Kingdom Hearts" para Nintendo DS e PSP e, quem passou pela TGS, que em 2007 teve quatro dias e, por isso mesmo bateu recorde de público - pouco mais de 193 mil pessoas -, pôde experimentar "Metal Gear Solid 4" e "Metal Gear Online" em primeira mão.
Semanas após o lançamento de "Halo 3", a Bungie Studios anunciou a decisão de se tornar uma produtora independente e separou-se da Microsoft. Esta, contudo, manteve os direitos sobre a franquia best-seller - além de, eventualmente, garantir a possibilidade de distribuir eventuais novas propriedades intelectuais da Bungie.
Para os fãs de games de tiro, o ano foi dos mais movimentados: além de "Halo 3", teve "Metroid Prime 3", no Wii, e o sofisticado "Crysis", para PC. Mas foram os surpreendentes "BioShock" e "Portal" (integrante do pacote "The Orange Box"), ambos títulos para PC, PS3 e Xbox 360, que roubaram a cena, conquistando os a crítica especializada e o público. Para completar, após seis anos de hiato, um novo trailer de "Duke Nukem Forever" foi divulgado.
Enquanto o final de ano não foi dos mais felizes para a Atari, que viu seu executivo-chefe David Pierce deixar a companhia e decidiu, na América do Norte, abandonar a produção de games, focando-se apenas na publicação e distribuição, Activision e Vivendi Games anunciaram uma fusão histórica, que criou a maior maior publisher de jogos do mundo. A nova empresa, chamada Activision Blizzard, passou a atual líder do mercado, Electronic Arts. Foi um ano marcado pelo domínio da Nintendo, que voltou à liderança do mercado de consoles graças ao fantástico desempenho do Wii, que conquistou pessoas de todos os perfis e idades, tornando-se uma espécie de fenômeno pop - com menos de um ano no mercado, vendeu no Japão mais que o GameCube em toda a sua vida. Nos Estados Unidos, achar um Wii nas prateleiras era uma tarefa das mais árduas.
Nunca jogou-se tanto por música quanto em 2007, graças à chegada de "Guitar Hero III" e de "Rock Band". Basta dizer que "Guitar Hero" foi a franquia mais vendida do ano e, embora pouquíssimas unidades de "Rock Band" tenham sido colocadas nas prateleiras, o título desenvolvido pela Harmonix em parceria com a Electronic Arts mostrou como tirar as bandas da garagem e colocá-las na sala de estar. Controles em forma de guitarra e bateria mudaram o jeito de interagir com os games. 2008
Durante a Game Developers Conference, em fevereiro, nos Estados Unidos, gigantes como Microsoft, Intel, AMD, Nvidia e Activision Blizzard anunciaram a formação da PC Gaming Alliance (PCGA), cujo objetivo é fazer a plataforma, ofuscada pelos consoles, voltar a brilhar - em 2007, o computador representou apenas 14% do total das vendas de games. Ainda assim, 2008 foi um ano de poucos destaques exclusivos para PC, que viu a chegada de "Spore", simulador de vida de Will Wright, e de "Wrath of the Lich King", segunda pacote de expansão para "World of WarCraft". Por falar no MMO da Blizzard, o inabalável "World of WarCraft" atingiu a marca de 11 milhões de assinantes e chegou a países como a Rússia, mas continuou fora do Brasil. Por outro lado, títulos como "Age of Conan" e "Warhammer Online", de Funcom e Electronic Arts, respectivamente, chegaram para tentar abocanhar usuários do game. Mas a missão era um tanto ingrata, já que "Warth of the Lich King", com 2,8 milhões de cópias vendidas em 24 horas, tornou-se o jogo para PC mais rapidamente vendido da história até então, superando o feito da expansão anterior.
Em abril foi a vez de "Grand Theft Auto IV", estréia da franquia da Rockstar Games no PlayStation 3 e Xbox 360, que desbancou o livro "Harry Potter e as Relíquias da Morte" e transformou-se no maior lançamento de entretenimento de todos os tempos, deixando para trás inclusive games, filmes, e outros livros. Foram 3,6 milhões de unidades vendidas no primeiro dia nas lojas, gerando US$ 310 milhões - "Halo 3", recordista anterior entre os games, conseguira US$ 170 milhões em 2007. Foi um ano difícil para algumas produtoras, como a Tecmo, que viu o polêmico Tomonobu Itagaki, produtor de séries como "Ninja Gaiden" e "Dead or Alive", pedir demissão do estúdio interno Team Ninja e ingressar com uma ação contra a distribuidora acusando-a de não pagar gratificações. A Tecmo, por sua vez, rebateu Itagaki dizendo ter sido mal-interpretada e criticando Itagaki por levar todo o crédito pelos títulos produzidos pelo restante do Team Ninja. Por causa do imbróglio, as ações da Tecmo chegaram a cair mais de 10%. Meses depois, a empresa anunciou uma fusão com a Koei.
A situação pioraria até o final do ano: a Midway, ameaçada de falência, voltou a demitir - desta vez, 180 funcionários, o equivalente a 25% da força de trabalho da companhia. A Electronic Arts interrompeu planos de expansão no Canadá, reduziu o número de lançamentos do ano seguinte, anunciou o fechamento de nove estúdios internos (incluindo a EA Black Box, de "Need for Speed" e "Skate") e terminou 2008 com a demissão de, no total, 1.000 empregados, o equivalente a 10% de sua força de trabalho na época. A Sony, por sua vez, colocou 8.000 funcionários no olho da rua. No mês de maio, a Nintendo levou "Wii Fit" às prateleiras e, mais uma vez, causou alvoroço na mídia e entre os não-jogadores. Graças ao aplicativo de ginástica, um dos produtos mais procurados do Natal, muita gente sem tempo para freqüentar academias passou a praticar exercícios com a ajuda da Balance Board. Em um ano de acontecimentos importantes para a indústria nacional de games, o anúncio da instalação de um estúdio da Ubisoft em São Paulo, no mês de junho, foi certamente o mais importante deles. Cerca de 20 profissionais foram contratados para trabalhar no primeiro projeto da filial, dirigida por Bertrand Chaverot: um título da série "Imagine", para Nintendo DS, voltada a meninas entre 8 e 14 anos (o chamado público "tween", mistura dos termos "teen" e "between").
Em julho, foi realizada talvez uma das edições mais insossas da E3, que não contou com a participação de Activision, Vivendi Games, LucasArts e Id Software - todas deixaram a ESA (Entertainment Software Association), organizadora do evento. O resultado? Poucas novidades. A maior foi o anúncio de "Final Fantasy XIII", até então cotado como exclusivo do PS3, para Xbox 360. A Nintendo, por sua vez, revelou o Wii MotionPlus, acessório para o Wii Remote que melhora a sensibilidade e precisão do controle. Já a Sony anunciou a redução de US$ 100 no preço do modelo de 80 GB de PlayStation 3, que passou a custar US$ 400. O pacote substituiu o modelo de 40 GB, mantendo todas as suas funções. Muito pouco para aquela outrora conhecida como a principal e maior feira de games do mundo. A manutenção do formato enxuto - em 2008, foram 39 expositores e cerca de 5.000 convidados - gerou duras críticas de produtoras como Electronic Arts e Nintendo. Meses depois, a ESA anunciou que, no ano seguinte, a E3 voltaria ao antigo formato, para dezenas de milhares de visitantes e com estandes superproduzidos. A sinergia entre a música e os games deu show: os lançamentos de "Rock Band 2" e "Guitar Hero: World Tour", de Electronic Arts e Activision, respectivamente, sedimentou um gênero que caiu nas graças do público. Se em 2007 ambas as franquias arrecadaram US$ 1 bilhão, a expectativa para as continuações era ainda melhor. Jimi Hendrix, The Who e Guns n' Roses foram alguns dos ícones do rock que pintaram nos games musicais. Enquanto "Rock Band 2" apostou em uma lista mais eclética, de Duran Duran a Bob Dylan, "Guitar Hero: World Tour" incorporou bateria e microfone à brincadeira. Nintendo e Konami tentaram pegar carona na onda, com "Wii Music" e "Rock Revolution", mas não obtiveram muito sucesso. Em setembro, a Microsoft anunciou o fechamento da Ensemble Studios logo após o término do desenvolvimento de "Halo Wars", para Xbox 360. O estúdio, comprado pela Microsoft em 2001, estava trabalhando também em um MMO de "Halo" e se disse chocado com a decisão que, "motivada por questões fiscais, não foi fácil", segundo a fabricante do console.
Conforme analistas previam e materiais publicitários deixaram escapar, o preço do Xbox 360 foi cortado: o modelo Arcade, sem disco rígido, passou a custar US$ 200, enquanto o Pro, incorporando HD de 60 GB, ficou por US$ 300. Por fim, o Elite, preto e com 120 GB de HD, passou a valer US$ 400. No Brasil, o console, com 60 GB, cabo HDMI e dois jogos inclusos - "Too Human", "Project Gotham Racing 4" -, ficou por R$ 1899. O valor contudo, foi para R$ 2399 em novembro, graças à alta do dólar.
Mesmo com 194.288 visitantes, recorde de público para a Tokyo Game Show, a tradicional feira de games japonesa, realizada em outubro, teve uma edição discreta em 2008, com pouquíssimas novidades e focada nos lançamentos do final do ano. Sobrou espaço para discussões acerca da crise no mercado de games local que, segundo o próprio tema do evento, precisa pensar de forma global para voltar aos tempos de glória. Executivos de produtoras como Square Enix, Capcom e Namco-Bandai, admitiram que o Japão não é mais o principal pólo criador de games, mas mostraram confiança ao dizer que a crise será superada. Disponíveis no mercado desde 2004, PSP e DS receberam novas edições: o PSP-3000 investiu na tela, com melhor contraste e anti-reflexo, especialmente útil em locais externos e muito iluminados, além do microfone interno, cujo objetivo foi estabelecer o portátil como dispositivo de comunicação, principalmente para os interessados em usar o Skype; já o DSi apresentou duas minicâmeras e uma entrada para cartão de memória padrão SD, que permitiu o download de software para o aparelho. A Tectoy escolheu o mês de novembro para revelar o Zeebo, videogame desenvolvido em parceria com a Qualcomm, e que tem na alça de mira os países emergentes. Fabricado nas instalações da companhia em Manaus e com lançamento programado para 2009, o aparelho não utiliza mídia física: todos os games serão armazenados no HD do aparelho, e baixados através de uma rede 3G proprietária, a ZeeboNet3G. Com potencial semelhante ao do PlayStation 2, o Zeebo recebeu suporte de grandes publishers, como Capcom, Sega, Activision, 3D Realms, Id Software e Electronic Arts. Que final de ano é prolífico em lançamentos, isso já se sabe, mas a safra de 2008 foi admirável, com direito a continuações de best-sellers de anos anteriores - "Gears of War 2" e "Resistance 2" -, que se mostraram maiores e melhores, e clássicos que voltaram à tona em grande forma, como o remake de "Chrono Trigger" para DS e "Fallout 3", para PC, PS3 e Xbox 360. Já "Call of Duty", game mais vendido em 2007, retornou à Segunda Guerra Mundial em "World at War", enquanto o RPG "Fable 2", de Peter Molyneux, englobou uma vida inteira dentro do Xbox 360.
Foi um ano pródigo para os "indies" que, sem muito alarde, contaram com a ajuda de serviços virtuais como a Xbox Live e o WiiWare para divulgar suas criações. Os cavaleiros de "Castle Crashers" e os quebra-cabeças de "Braid", ambos para Xbox 360, caíram nas graças da crítica e do público. Foi assim também com "World of Goo", para PC e Wii, que usou a criatividade para divertir - e muito. No final do ano, a Microsoft liberou a atualização New Xbox Experience para a Live, rede online do Xbox 360. A principal novidade era a possibilidade criar um avatar 3D, e depois se reunir com até oito pessoas para conversar e jogar. A navegação também ganhou elementos tridimensionais e os jogos, por sua vez, opção de instalação no disco rígido. Pouco depois, em dezembro, foi a vez da Sony, enfim, inaugurar a sua comunidade virtual, a PlayStation Home, ainda que em forma de beta aberto. No mundo virtual para o PS3, , o jogador é representado por um avatar, que pode ser personalizado da aparência à constituição física, sem falar nas roupas e acessórios. Cada "habitante" tem um apartamento e pode circular também por áreas públicas, inclusive algumas temáticas, inspiradas em jogos ou mesmo produtoras. É possível não apenas interagir com outras pessoas, mas também jogar minigames. Entre as fabricantes de consoles, 2008 foi caracterizado pela grande superioridade da Nintendo, principalmente nos EUA, onde chegou a vender dois milhões de unidades do Wii, líder entre os consoles, no mês de novembro, o que, junto com as também fortes vendas do Nintendo DS, gerou uma arrecadação de US$ 500 milhões. Ainda por lá, o Xbox 360, embalado pelo corte no preço, manteve-se à frente do PlayStation 3. Se o console da Sony definitivamente não engrenou no Ocidente, ao menos a companhia viu o portátil PSP ficar entre os primeiros no Japão, boa parte graças a "Monster Hunter Portable 2nd G". O Wii também foi campeão entre os consoles em terras nipônicas, e o Nintendo DS, junto com o novo DSi, ficou no mesmo patamar do PSP. 2009
Sega, Sony Online Rare também demitiram e o estúdio Factor 5, responsável por "Lair" e pela série "Star Wars: Rogue Squadron", fechou as portas. A Midway, produtora renomada pela série "Mortal Kombat", declarou falência, mas foi posteriormente comprada pela Warner, que se tornou dona de todas as marcas da produtora, incluindo a sangrenta série de luta. Até o mês de julho, o número de funcionários demitidos em produtoras de games batia a marca de 8.500 pessoas. Ainda no começo do ano chegou ao fim a tradicional revista norte-americana Electronic Gaming Monthly, a EGM, da Ziff Davis. Com isso, site 1UP foi vendido e, posteriormente, foram extintas versões licenciadas da revista pelo mundo, incluindo o Brasil. Posteriormente, em maio, o fundador da publicação, Steve Harris, anunciou que havia adquirido os direitos de publicação da EGM, que voltou a circular em dezembro.
Na Game Developers Conference, realizada em março, nos Estados Unidos, o grande destaque foi o OnLive, sistema da Rearden Studios que utiliza o conceito de "computação em nuvem" e promete rodar jogos diversos em computadores de configurações modestas equipados com internet de banda larga. O conceito é simples: em vez dos jogos serem processados na sua própria máquina, todo trabalho é feito por uma rede de sistemas interligados, e apenas o resultado final é entregue ao usuário em formato de vídeo. A tecnologia estava em demonstração no evento, mas conectada por meio de rede local. Na mesma linha do OnLive, o produtor David Perry, de "Earthworm jim", "MDK" e "Messiah" revelou o Gaikai, mas nem um nem outro serviço entrou em funcionamento em 2009. Maio marcou o fim uma das maiores lendas da indústria dos videogames: toda a equipe de produção de "Duke Nukem Forever", game em desenvolvimento há mais de dez anos pela 3D Realms, foi dispensada, sob rumores de que o próprio estúdio estava fechando. Em um confuso comunicado, a empresa tentou explicar que não estava deixando de existir e que um dia ainda poderia vir a criar novos jogos. De qualquer forma, "Duke Nukem Forever" parou de ser produzido, deixando como legado uma grande confusão entre a 3D Realms e a distribuidora Take-Two - uma acabou processando a outra por conta de desentendimentos na produção. No mesmo mês o videogame Zeebo foi lançado oficialmente no Brasil. Desenvolvido pela tupiniquim Tectoy em parceria com a Qualcomm, o aparelho foi lançado primeiro no Rio de Janeiro, em caráter de teste, por R$ 499. Até o fim do ano, chegou ao restante do país, teve o preço diminuído para R$ 299 e foi lançado também no México, em versão com mais funcionalidades, como navegador de internet.
Às vésperas da E3, vazou na rede mundial um vídeo revelando o PSP go, nova versão do portátil da Sony que agora dispensa o drive de discos UMD e foca em download de mídia digital - além de contar com um design mais moderno, compacto e com tela deslizante. A apresentação oficial do aparelho veio na feira, que aconteceu em junho e retomou o antigo formato abandonado em 2006, com grandes estandes, apresentações cheias de pompa e a presença de dezenas de grandes produtoras do segmento. Dentre as principais, uma das ausências mais notáveis foi a da Atari, que preferiu não participar para investir em outras ações promocionais do catálogo da empresa, que incluía jogos como os competentes "Ghostbusters" e "Champions Online", além do promissor "Star Trek: Online".
Sem tanto brilho, a Sony apostou em títulos de peso, como "Uncharted 2: Among Thieves"; "The Last Guardian", próximo projeto da equipe responsável por "ICO" e "Shadow of the Colossus"; e "Metal Gear Solid: Peace Walker" e "Gran Turismo", ambos para PSP. Houve também uma extensa demonstração de um controle com sensor de movimentos para o PlayStation 3, mas após o furor causado pelo Natal ficou a impressão de que se tratava de uma novidade que já nascia ultrapassada. Ainda mais tímida foi a Nintendo, que apostou em títulos de medalhões, como "New Super Mario Bros. Wii", "Super Mario Galaxy 2", "Metroid: Other M" e um novo "Legend of Zelda", revelado sem nenhuma pompa por Shigeru Miyamoto após a conferência da empresa na E3. O presidente global da empresa, Satoru Iwata, anunciou também o Vitality Sensor, periférico que mede os batimentos cardíacos do jogador e transporta os dados para o videogame, mas não foi feita nenhuma demonstração prática do aparelho.
Pouco mais de dois meses depois da E3 foi a vez da estreante Gamescom, em Colônia, na Alemanha, que veio para substituir a antiga Games Convention. Com mais de 450 expositores, o evento angariou amplo sucesso, atraindo 245.000 visitantes e tornando-se a maior feira de jogos eletrônicos do mundo. Antes da Tokyo Game Show e da avalanche de jogos musicais em setembro, o mercado recebeu duas inovadoras propostas em videogames da Nintendo. "Wii Sports Resort" apresentou o Wii MotionPlus, acessório que aumenta a sensibilidade do controle Wii Remote, enquanto o DS ganhou "Scribblenauts", engenhosa produção do estúdio 5th Cell na qual o jogador deve escrever na tela os objetos que deseja usar para resolver os enigmas das fases. Não bastasse a proposta inusitada, o cartucho ainda foi lançado no Brasil em português brasileiro pela Warner. A empresa foi responsável também por publicar o empolgante "Batman: Arkham Asylum", que em menos de um mês já havia vendido mais de 2 milhões de unidades e venceu com folga o estigma de que jogos de super-heróis são ruins O terceiro trimestre do ano ainda foi marcado pelo lançamento do PlayStation 3 Slim. Menor, mais leve e lançado por US$ 299, incentivou corte no valor da versão mais antiga, que passou a custar o mesmo preço. Quem baixou de preço também foi o Wii, que passou de US$ 249 para US$ 199. Primeira queda oficial no valor do console, acabou ajudando a manter bons números de vendas, que caíram bastante em 2009 com relação às temporadas anteriores. A Nintendo ainda aproveitou o ano para colocar à venda no Japão o DSi XL, nova versão do portátil que traz telas maiores e uma bateria de maior duração. Lançado por cerca de US$ 200, quase US$ 10 mais caro que o DSi comum, o XL chega ao ocidente no primeiro trimestre de 2010.
A Tokyo Game Show 2009 manteve o clima morno das últimas edições, com público de 185 mil visitantes, cerca de 9.000 a menos em relação ao ano passado. Apesar de a forte crise econômica mundial pouco ter afetado o mercado nipônico, continua a batalha pela renovação criativa do segmento. Os principais sucessos da feira foram apostas em fórmulas consagradas. "Final Fantasy XIII" disputou atenções principalmente com "Bayonetta", produção do criador de "Devil May Cry" que tem como protagonista uma esbelta e insinuante bruxa. Também com grande atenção, mais continuações, a exemplo de "God of War III", "Uncharted 2", "Gran Turismo 5", novos episódios de "Kingdom Hearts", "Dragon Quest" e, claro, "FIFA 10" e "Pro Evolution Soccer 2010", tendo em vista que os japoneses adoram futebol. Produções ocidentais como "Assassin's Creed II" e "" apareceram de forma tímida ou sequer marcaram presença, caso de "Guitar Hero" e "Rock Band". De fato, o único atrativo ocidental que captou a atenção do público oriental foi o Project Natal, demonstrado para alguns membros da imprensa mundial, inclusive a equipe de UOL Jogos.
O futebol virtual chamou atenção na terra do sol nascente e aqui não é diferente. "FIFA 10" e "Pro Evolution Soccer 2010" chegaram com poucas semanas de diferença, reacendendo a velha rivalidade que todo ano divide jogadores. Infelizmente, a nova temporada foi pouco agradável para o público brasileiro: "FIFA" teve o número de times brasileiros totalmente licenciados reduzido enquanto a Konami desistiu de produzir locução em português do Brasil para "Pro Evolution Soccer", sendo que poucas semanas antes anunciou que faria isso na edição 2010. Outros fatos marcaram a indústria no Brasil no ano, como o avanço dos desenvolvedores nacionais. Por exemplo, durante o SBGames, realizado em outubro, no Rio de Janeiro, foi revelado "Freekscape: Escape from Hell", que integra a linha PSP Minis e é uma produção da Kidguru, ex-Insólita/Abdução. Além disso, a Ubisoft Brasil anunciou a transferência do estúdio de Porto Alegre para a Tecnopuc, Parque Científico e Tecnológico da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e também a intenção de, junto com a instituição, oferecer um curso de pós-graduação em desenvolvimento de jogos. Outro ponto a se destacar é, finalmente, a vinda oficial da linha de videogames PlayStation ao país. No final de novembro o PlayStation 2 passou a ser vendido na rede de lojas Sony Style, assim como jogos para o aparelho, PS3 e PSP. Só os bolsos não tiveram muito o que comemorar: as lojas cobravam R$ 800 por um console de quase 10 anos - o que foi inclusive motivo de piada em sites estrangeiros. O lado da Microsoft foi um pouco mais animador: durante o ano o preço do kit nacional do console caiu de R$ 2.399 para R$ 1.799 e posteriormente para R$ 1.499. Com a proximidade do fim de ano chegam os lançamentos mais esperados e 2009 contou com uma seleção caprichada. O maior de todos é, com folga, "Call of Duty: Modern Warfare 2". Antes mesmo do lançamento o game da Activision já havia arrecadado milhões em pré-venda. Mais do que isso: o jogo vendeu cerca de 4,7 milhões de unidades logo no primeiro dia, batendo a marca de "Grand Theft Auto IV" e se consolidando como o maior lançamento de um produto de entretenimento da história.
Ação não faltou também no belo "Uncharted 2: Among Thieves", no caprichado "Assassin's Creed II" e o pacote de expansão "Halo 3: ODST", que mostrou uma nova maneira de contar histórias no universo de "Halo". Bom humor e variedade de estilos de jogo foram os pontos altos de "Brütal Legend", estrelado por Jack Black, e fantasia medieval com qualidade raramente vista foi o destaque do RPG "Dragon Age: Origins". Além de estrelar o nostálgico "New Super Mario Bros. Wii", o encanador da Nintendo se juntou ao irmão Luigi no DS em "Mario & Luigi: Bowser's Inside Story", mais um capítulo da engraçada série de RPG. Já o PSP teve sua dose de aventuras coloridas com "LocoRoco 2" e uma versão miniatura de "LittleBigPlanet". Até nostalgia teve vez com "The Secret of Monkey Island: Special Edition", versão refeita com visual em alta definição e dublagem da clássica jornada do poderoso pirata Guybrush Threepwood - que ainda acompanhou o lançamento de uma nova leva de novas aventuras em 3D da série, produzidas pela competente Telltale Games.
Apesar da força de "Modern Warfare 2" e a linha de títulos fortes para Xbox 360 e, principalmente, PlayStation , o ano de 2009 foi novamente de ampla superioridade da Nintendo - tanto nas vendas de consoles quanto jogos. O console mais vendido do ano no mundo foi o Nintendo DS que - somadas todas suas versões - teve cerca de 24 milhões de unidades compradas. O Wii vem em seguida, com 16 milhões de consoles e depois o PS3, com aproximadamente 9,7 milhões de videogames vendidos no ano. PSP e X360 dividem a marca de 8 milhões, enquanto o longevo PlayStation 2 apresenta vendas de 4 milhões de unidades. |
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